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Brasília - A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, descartou ontem a possibilidade de o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, ser designado como o responsável pelas contas de sua futura campanha eleitoral. É a primeira baixa provocada na equipe de Dilma após as denúncias de que houve desvios de recursos da Coope­­­rativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para campanhas eleitorais petistas no período em que Vaccari presidiu a entidade.

O tesoureiro do PT era dado como certo para desempenhar a mesma função na campanha de Dilma. A ministra ontem não citou nomes que podem assumir o cargo de tesoureiro de campanha.

Dilma, no entanto, procurou desvincular a decisão de descatar Vaccari do escândalo da Bancoop. Dilma disse que o PT deve repetir o modelo de 2006, quando tinha duas tesourarias: uma do partido e outra da campanha. "Nós tivemos nas últimas eleições uma opção de diferenciar as duas tesourarias, uma vez que a tesouraria do partido tem mais obrigações que a da campanha presidencial", afirmou. "A tendência é manter isso, a mesma coisa que ocorreu em 2006, na época da campanha do presidente Lula."

A ministra afirmou, porém, que Vaccari tem direito de defesa, ao chegar ao Senado para a sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. "Acho que o Vaccari tem todo o direito de defesa. Nós temos tido bastante clareza em defender o direito de as pessoas se defenderem antes de serem condenadas, acusadas e de fato afastadas do que fazem."

Reação da oposição

A oposição ao governo Lula apresentou ontem requerimento à Mesa Diretora do Senado para que a Casa solicite auditoria ao Tribunal de Contas da União (TCU) nos recursos aplicados pela Bancoop.

De autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o requerimento pede que o TCU investigue a aplicação de recursos dos fundos de pensão Previ (Caixa de Previ­­­dência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Fun­­­dação dos Economiários Fe­­­derais) e Petros (Fundação Pe­­­trobras de Seguridade Social) na cooperativa.

Já a Assembleia Legislativa de São Paulo, cujo comando está nas mãos de tucanos ligados ao governador paulista José Serra (PSDB), abriu ontem uma CPI para investigar o suposto esquema de desvio de verba da Ban­­­coop. Os partidos têm 15 dias para escolher os integrantes.

A Bancoop, no período em que era dirigida por Vaccari, teria desviado recursos pagos pelos cooperados. Esse dinheiro deveria ser usado na construção de moradias. Mas não foi, deixando vários associados sem o imóvel. Cerca de 3 mil cooperados foram lesados pela direção da cooperativa.

O Ministério Público de São Paulo estima que o desvio de recursos possam ter ultrapassado os R$ 100 milhões. Parte desse dinheiro, segundo o MP, foi usado no caixa 2 de campanhas eleitorais petistas, inclusive na campanha de eleição de Lula à Pre­­­sidência em 2002.

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