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O inquérito sobre o assassinato do prefeito de Santo André (Grande São Paulo), Celso Daniel (PT), ocorrido em janeiro de 2002, será reaberto formalmente nesta segunda-feira. Na quarta-feira passada, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, informou que se reuniria com Bruno Daniel, irmão do prefeito, e com promotores, para definir a participação da Polícia Civil nas investigações sobre o caso. Agora, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual trabalharão juntos.

A reabertura ocorre após três anos a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ter concluído crime comum e indicado como autores seis integrantes da Favela Pantanal, na divisa entre São Paulo e Diadema. Os promotores de Santo André continuaram a investigar o crime, apontando como mandante do crime o empresário Sérgio Gomes da Silva, ex-segurança do prefeito e conhecido como "Sombra". Ele nega a autoria do crime.

A retomada do caso ocorrerão durante uma reunião na tarde desta segunda-feira entre a delegada Elisabete Sato, do 78º Distrito Policial dos Jardins e os promotores. A nova linha de investigação policial vai concentrar esforços na busca de novos mandantes do assassinato do prefeito. "Já temos evidências após uma linha de investigação indicar mais um executor para o crime", disse o promotor Amaro José Thomé Filho.

Foi a família de Celso Daniel que pediu ao secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho que o inquérito fosse reaberto. A segunda linha definida pelos promotores vai abordar informações do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona. Os promotores concentrarão esforços na declaração feita por Toninho da Barcelona de que ele teria trocado dólares para o então prefeito Celso Daniel. "Vamos tentar ouvir o Toninho da Barcelona nesta semana. Já estamos definindo a data com seu advogado", afirmou o promotor Thomé Filho.

O doleiro foi ouvido na sede da Polícia Civil de São Paulo por 16 integrantes da CPI dos Correios na terça-feira passada. Ele se recusou a fornecer detalhes de operações ilegais de envio de divisas feita por integrantes do PT, argumentando que só falaria em troca de redução da pena de 25 anos de prisão a que foi condenado.

A evidência de que Celso Daniel teria sido morto por tentar desmantelar um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André também levará os promotores a retomar a investigação sobre a offshore Roanoake Holding Sociedad Anonima, empresa com sede no Uruguai. A Roanoake aparece ligada ao empresário Ronan Maria Pinto, como sócia de duas empresas de ônibus em Cuiabá (Mato Grosso): a SolBus e Expresso Nova Cuiabá.

Sombra, Ronan e o ex-secretário municipal na cidade Klinger Luiz de Oliveira Sousa são denunciados pelos promotores num esquema de cobrança de propina armado contra empresários de ônibus na prefeitura local. Todos negam.

Ronan, em depoimento já prestado aos promotores, afirmou que comprou as duas empresas de ônibus em Cuiabá depois de receber proposta do procurador da offshore, que entrou como sócio no negócio. Ele afirmou que nunca conheceu os sócios da Roanoake.

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