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Paraná

Caso Rasera completa 2 anos sem solução

Policial acusado de executar escuta telefônica ilegal, preso em 2006, é candidato a vereador nas eleições deste ano

O policial civil Rasera: acusação de “grampo” e candidatura a vereador | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O policial civil Rasera: acusação de “grampo” e candidatura a vereador (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

No Paraná, um dos mais famosos casos de escutas telefônicas ilegais ainda não teve uma solução. Durante as eleições de 2006, o Ministério Público Estadual (MP) prendeu o policial civil Délcio Rasera, acusado de executar "grampos" e de portar armas ilegalmente. No processo das escutas clandestinas, a fase ainda é a de perícia nos computadores apreendidos, o que está sendo feito pelo Instituto de Criminalística do Paraná. No das armas, as testemunhas ainda estão sendo ouvidas. Os procedimentos estão no Fórum de Campo Largo e na 5ª Vara Criminal de Curitiba.

O caso teve grande repercussão porque, à época, Rasera estava à disposição da Casa Civil do governo do estado e se apresentava como assessor do governador Roberto Requião (PMDB), que estava em campanha pela reeleição. O policial, preso no dia 5 de setembro daquele ano, ficou 320 dias detido.

Alguns envolvidos no processo esperam que até o fim deste ano ocorra o julgamento. Após a conclusão da perícia nos computadores, as partes serão ouvidas, haverá a alegação final e depois será dada a sentença, que vai condená-lo ou absolvê-lo. Enquanto isso não ocorre, Rasera é candidato a vereador em Curitiba, pelo PRTB.

Campanha

Ele, que nega ser autor de "grampos", aproveitou o ocorrido para tirar alguma vantagem eleitoral. Tanto que seu slogan de campanha é "Fala Curitiba, que eu te escuto!". E seu número é 28102, o que remete ao número do auxílio à lista telefônica (102). O policial disse, na ocasião, que fazia varreduras em linhas telefônicas para saber se estavam grampeadas e apenas trabalhava para clientes particulares.

À época, em depoimentos à PIC (Promotoria de Investigações Criminais do MP), e depois confirmados na Justiça, os técnicos em telefonia Isaque Pereira da Silva e Juraci Pereira de Macedo afirmaram que Rasera fazia escutas telefônicas ilegais. "Ainda não fui julgado, muito menos condenado", afirma o policial, que acusa os promotores de Justiça de terem feito uma armação contra ele.

"Os policiais militares que assinaram o flagrante da minha prisão disseram, em depoimento à Justiça, que não me conheciam nem nunca tinham me visto. Eles afirmaram que só assinaram o flagrante porque os promotores determinaram", diz Rasera.

Segundo o promotor de Justiça Válber de Souza, que participou do caso em seu início, o policial está respondendo a mais dois processos justamente por essas declarações. "Ele caluniou os promotores e os fatos geraram processos por crime contra a honra."

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