O caso
Prisão do policial civil Délcio Rasera causou polêmica durante a campanha eleitoral de 2006
Setembro de 2006 - Rasera é preso em uma operação da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), sob a acusação de chefiar um esquema de escutas telefônicas ilegais, que envolveria políticos e empresários. Ele é acusado também de porte ilegal de armas, em processo que tramita na 5.ª Vara Criminal. Ao ser preso, o policial estava cedido à Casa Civil, do governo do estado.
Novembro de 2006 - A Assembléia Legislativa instala uma CPI para investigar o caso. A comissão, formada apenas por deputados da base governista, durou 18 dias e terminou sem conclusão.
Dezembro de 2006 - Rasera é solto, antes do Natal, e dias depois volta à prisão.
Julho de 2007 - O policial é solto e retoma suas atividades na Polícia Civil.
Julho de 2008 - Ele se lança candidato a vereador em Curitiba pelo PRTB.
No Paraná, um dos mais famosos casos de escutas telefônicas ilegais ainda não teve uma solução. Durante as eleições de 2006, o Ministério Público Estadual (MP) prendeu o policial civil Délcio Rasera, acusado de executar "grampos" e de portar armas ilegalmente. No processo das escutas clandestinas, a fase ainda é a de perícia nos computadores apreendidos, o que está sendo feito pelo Instituto de Criminalística do Paraná. No das armas, as testemunhas ainda estão sendo ouvidas. Os procedimentos estão no Fórum de Campo Largo e na 5ª Vara Criminal de Curitiba.
O caso teve grande repercussão porque, à época, Rasera estava à disposição da Casa Civil do governo do estado e se apresentava como assessor do governador Roberto Requião (PMDB), que estava em campanha pela reeleição. O policial, preso no dia 5 de setembro daquele ano, ficou 320 dias detido.
Alguns envolvidos no processo esperam que até o fim deste ano ocorra o julgamento. Após a conclusão da perícia nos computadores, as partes serão ouvidas, haverá a alegação final e depois será dada a sentença, que vai condená-lo ou absolvê-lo. Enquanto isso não ocorre, Rasera é candidato a vereador em Curitiba, pelo PRTB.
Campanha
Ele, que nega ser autor de "grampos", aproveitou o ocorrido para tirar alguma vantagem eleitoral. Tanto que seu slogan de campanha é "Fala Curitiba, que eu te escuto!". E seu número é 28102, o que remete ao número do auxílio à lista telefônica (102). O policial disse, na ocasião, que fazia varreduras em linhas telefônicas para saber se estavam grampeadas e apenas trabalhava para clientes particulares.
À época, em depoimentos à PIC (Promotoria de Investigações Criminais do MP), e depois confirmados na Justiça, os técnicos em telefonia Isaque Pereira da Silva e Juraci Pereira de Macedo afirmaram que Rasera fazia escutas telefônicas ilegais. "Ainda não fui julgado, muito menos condenado", afirma o policial, que acusa os promotores de Justiça de terem feito uma armação contra ele.
"Os policiais militares que assinaram o flagrante da minha prisão disseram, em depoimento à Justiça, que não me conheciam nem nunca tinham me visto. Eles afirmaram que só assinaram o flagrante porque os promotores determinaram", diz Rasera.
Segundo o promotor de Justiça Válber de Souza, que participou do caso em seu início, o policial está respondendo a mais dois processos justamente por essas declarações. "Ele caluniou os promotores e os fatos geraram processos por crime contra a honra."
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Deixe sua opinião