Condenado, Donadon está preso desde 28 de junho| Foto: David Ribeiro/Ag. CÂmara

Caso Cachoeira

Conselho de Ética mantém o mandato de Carlos Leréia

Agência Estado

O Conselho de Ética e de Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados rejeitou ontem o parecer que pediu a cassação do mandato do deputado federal Carlos Leréia (PSDB-GO), suspeito de envolvimento no esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Por 12 votos contrários, três favoráveis e uma abstenção, um novo relator foi designado para analisar o caso.

O novo relator é o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) e seu parecer deverá ser votado no dia 28 de agosto. O novo parecer não poderá pedir a cassação do tucano. Lopes poderá pedir penas alternativas ou o arquivamento do caso.

O relator do caso Leréia era Ronaldo Benedet (PMDB-SC). Em seu voto, ele argumentou que, "a partir do exame (de gravações telefônicas obtidas pela Polícia Federal), torna-se impossível acreditar que o representado (Leréia) não tivesse amplo conhecimento das atividades ilícitas realizadas pelo contraventor".

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem, por ampla maioria, parecer que recomenda a cassação do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Condenado a mais de 13 anos de prisão por desvio de dinheiro público e formação de quadrilha, Donadon foi expulso do PMDB depois de se tornar o primeiro deputado preso no exercício do mandato desde o fim da ditadura militar no país. O deputado está no presídio da Papuda, em Brasília, desde o dia 28 de junho.

Com a decisão pela cassação, o caso segue para avaliação do plenário da Câmara. A decisão sobre a perda do mandato ocorrerá em votação secreta. É preciso maioria simples dos parlamentares. O caso está pronto para entrar na pauta do plenário já na semana que vem, mas ainda não há data definida para essa análise.

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Mensalão

A sessão de ontem da CCJ serviu de embate teórico e político com reflexos diretos para uma eventual avaliação semelhante em relação ao caso de deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. São quatro parlamentares nesta situação: João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoíno (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Cunha e são titulares da CCJ, mas não estiveram na sessão de ontem. A bancada petista na CCJ votou a favor do relatório.

No parecer de Zveiter, o entendimento é que, por se tratar de condenação criminal comum transitada em julgado, cabe à Câmara decidir sobre a perda do mandato. Com isso, a decisão final é tomada em votação secreta, o que amplia chances de eventual manutenção do mandato. Parte dos deputados oposicionistas entendem que a Câmara deve ter função apenas declaratória em caso de condenações definitivas no Poder Judiciário. Dezesseis deputados acompanharam essa tese (contra 39 a favor do relatório). Para eles, a Câmara deveria apenas formalizar a decisão do STF, cassando o mandato de Donadon, sem votação. Contudo, foi a própria Mesa Diretora da Câmara quem decidiu encaminhar o caso para análise da CCJ.