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O ex-presidente FHC recebe a comenda Ulysses Guimarães durante homenagem proposta pelo senador Aécio Neves aos 20 anos do Plano Real | Pedro França/Ag. Senado
O ex-presidente FHC recebe a comenda Ulysses Guimarães durante homenagem proposta pelo senador Aécio Neves aos 20 anos do Plano Real| Foto: Pedro França/Ag. Senado

Réplica

Gleisi e Suplicy rebatem críticas dos tucanos às gestões do partido

Depois do evento em que o PSDB comemorou no Senado os 20 anos do Plano Real, petistas foram ontem à tribuna para rebater as críticas dos tucanos. A resposta mais enfática coube à ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR). "Essa tendência de desmerecimento [ao PT] não faz jus à postura de Lula e do PT de apoio ao Real nove anos depois [a partir de 2003], de salvar e resgatar o Plano Real, reafirmando os pressupostos macroeconômicos", discursou a petista.

Em seu discurso, ela listou como ameaças à estabilização, entre outros pontos, inflação e juros altos no fim do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, o que em boa parte ocorria diante da incerteza do mercado em relação à gestão Lula. Mais cedo, no evento do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia destacado o fato de o PT ter, em 1994, negado apoio ao plano econômico que seria colocado em prática pelo governo de Itamar Franco - Fernando Henrique era seu ministro da Fazenda.

Na tribuna do plenário, Gleisi disse que não caberia ao governo "solicitar à oposição apoio aos seus planos, seus projetos", até porque, segundo ela, as experiências anteriores forçavam o PT, na ocasião, a recorrer ao benefício da dúvida.

Eduardo Suplicy (PT-SP) também foi à tribuna defender o governo. Em linhas gerais, tanto ele quanto Gleisi citaram dados usados por Lula em artigo publicado na edição de hoje do jornal "Valor Econômico", em exaltação aos 11 anos da administração petista.

Folhapress

A cerimônia no Congresso para comemorar os 20 anos do Plano Real levou tucanos e petistas trocarem uma série de críticas e acusações. Com o discurso em tom pré-candidato à Presidência da República, Aécio fez durante a celebração críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula no comando do país reforçadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Após o evento, senadores petistas foram na tarde de ontem à tribuna rebater as críticas dos tucanos e dizer que coube à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva "resgatar" os pressupostos da estabilização econômica.

Durante a cerimônia, Aécio afirmou que, desde a concepção do Plano Real, o PT agiu para que as mudanças na economia não tivessem êxito. "A nova moeda entrou em circulação sob o agouro de pescadores de águas turvas que o classificavam de estelionato eleitoral. Como teríamos eleições presidenciais em alguns meses, o recado dos adversários era claro: não lhe interessava o sucesso do plano", atacou.

Aécio disse também que os 12 anos de governo do PT levaram o Brasil a mergulhar em "ambiente de desesperança e descrença no futuro", inclusive com riscos à estabilidade da moeda. O senador acusou ainda o PT de usar o BNDES e a Petrobras a serviço de suas "causas", sem que o interesse principal das duas instituições seja o povo brasileiro. "Colaboram para levar o país a retrocessos impensáveis a essa altura da história. Vão-se nossas melhores empresas públicas, sucumbe o BNDES, humilha-se a Petrobras".

FHC

Na entrada do evento, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que está na hora de o país passar por outra grande mudança, equivalente à que houve com a implantação do Plano Real. " FHC também aproveitou para criticar a gestão petista e disse que o governo federal tem recorrido à propaganda para escamotear fragilidades e, apesar dos avanços, é chegada a hora de mudança devido à "fadiga de material" da administração iniciada em 2003.

Na solenidade do Senado, além de Aécio e FHC, praticamente todos os caciques tucanos estavam presentes. Economistas que participaram da formulação do Plano Real também assistiram a cerimônia. Candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2002 e 2010, o ex-governador José Serra (SP) não compareceu. Por meio de sua assessoria, Serra disse que faltou ao evento porque tinha compromissos marcados em São Paulo.

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