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São Paulo (Folhapress) – O número de detidos pela Operação Pégasus da Polícia Federal, iniciada na madrugada de quinta-feira em sete estados e no Distrito Federal, chegou a 114 no início da noite de ontem. Outros 28 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal de Goiás ainda não haviam sido cumpridos.

Os presos são acusados de integrar o que seria a maior quadrilha brasileira de hackers, especializada em invasão de contas bancárias pela internet. O grupo pode ter desviado cerca de R$ 80 milhões de correntistas neste ano.

Além das 105 prisões anunciadas no primeiro dia de ação da PF – 82 em Goiás, 10 em São Paulo, 6 em Minas Gerais, 3 no Pará, 2 no Espírito Santo e 2 no Distrito Federal – foram detidos 6 suspeitos em Minas Gerais, 2 no Tocantins e 1 no Maranhão.

Os policiais também apreenderam material de informática, computadores e extratos bancários. As investigações da PF começaram há quatro meses e são um desdobramento das operações "Cash Net" (2001), "Cavalo de Tróia 1" (2003) e "Cavalo de Tróia 2" (2004).

O delegado da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Cristiano Sampaio, afirmou que pelo menos 20 das pessoas detidas já haviam sido presas, principalmente no Pará, em operações anteriores. Depois de conseguirem liberdade, voltaram a atuar e transferiram a base das ações para Goiás.

A PF informou que as vítimas tinham as senhas capturadas pelo programa conhecido como "trojan". Programadores do bando criavam páginas clones, mensagens eletrônicas e os programas. Usuários emitiam milhares de e-mails diários em busca de novas vítimas. Os chamados "carteiros", "biscoteiros" ou "cartãozeiros" arrecadavam boletos bancários para serem quitados pela internet.

Ontem, Sampaio começou a ouvir os primeiros depoimentos, mas a reportagem não conseguiu entrar em contato com ele para saber o que os acusados alegavam. Ao chegar à PF na quinta-feira, muitas pessoas disseram que familiares haviam perdido seus cartões e as senhas, que acabaram indo parar nas mãos da quadrilha.

O delegado também encaminhou ontem relatórios à Justiça solicitando a manutenção das detenções porque alguns pedidos de prisão expiram na segunda-feira.

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