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A proximidade da chegada de Bento XVI não esfria a polêmica sobre o aborto no país. O próprio Papa fortaleceu o debate em torno do assunto ao defender a excomunhão de políticos pró-aborto ainda no avião, a caminho do Brasil . Ele afirmou que os bispos mexicanos estão corretos ao indicar a excomunhão de políticos que recentemente liberalizaram o aborto na Cidade do México. "Os líderes da Igreja mexicana não estão fazendo nada de novo, surpreendente ou arbitrário, eles simplesmente anunciaram publicamente o que está na lei da Igreja, que expressa nosso apreço pela vida e pela existência do ser humano desde o primeiro momento da vida", disse o Papa a repórteres que integram a comitiva rumo ao Brasil.

Mesmo diante da reação da Igreja, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, voltou a falar defender a necessidade de ouvir as mulheres ao comentar a manifestação contra o aborto em Brasília. Para o ministro, havia mais homens do que mulheres no protesto.

- Estou preocupado em ouvir as mulheres. Tenho visto muito mais homens se manifestarem. Infelizmente homem não engravida. Se engravidassem, teriam mudado de posição há muito tempo - afirmou o ministro antes de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, acrescentando que não tem posição sobre o assunto e que está apenas propondo um debate.

A Igreja Católica também não se absteve do debate nesta quarta. O bispo Filippo Santoro afirmou que o Papa não deverá entrar na 'questão miúda' durante sua visita, mas ressaltou que não é possível aos políticos separar a posição pessoal da postura como chefe de estado, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na segunda-feira . Lula disse ser pessoalmente contra o aborto, mas afirmou que o Estado deve discutir o assunto.

- A pessoa é uma só, não posso separar o bispo do cidadão. Não se pode separar a vida particular da vida pública - disse o bispo.

Dom Santoro ressaltou, porém, que o presidente Lula não se manifestou a favor do aborto e sim da discussão sobre o assunto, o que não significa ir contra a posição da Igreja.

- Aprovar uma lei é muito diferente - disse.

Mas Lula corre o risco de ser mesmo excomungado se vier a aprovar uma lei que legalize o aborto. Dom Filipo defendeu a posição dos bispos mexicanos e de Bento XVI, acrescentando que o Papa, em seu documento sobre eucaristia, disse que quem faz parte da Igreja Católica tem 'a responsabilidade de defender na vida pública e nas leis os princípios da moral católica'.

A excomunhão de políticos, ressaltou não chegou a ser discutida pelos bispos, que encerram nesta quarta a assembléia da Conferência Nacional dos Bispos em Itaici.

- No Brasil não chegamos a falar da questão ligadas a políticos, não entramos no mérito.

Dom Filippo afirmou que Bento XVI deverá agir no Brasil como fez durante sua visita à Espanha, onde não tratou de questões específicas ou se manifestou sobre o governo.

- Ele apenas defendeu a beleza do matrimônio cristão. No Brasil, ele não vai entrar na questão miúda - disse o bispo.

Tema polêmico

O aborto é um tema polêmico em vários países, incluindo Itália, Estados Unidos e México. A declaração do Papa já repercutiu na imprensa italiana e foi rebatida pelo chefe da Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi. Ele ressaltou que Bento XVI não defendeu uma excomunhão oficial de todos os políticos que votam em favor de leis abortivas, apenas justificou a decisão dos bispos mexicanos.

O tema do direito à vida deverá ser abordado nos discursos de Bento XVI no Brasil, segundo o Vaticano.

Bento XVI viaja a bordo de um Boeing 777 da Alitalia que decolou do aeroporto Fiumicino de Roma às 9h08m (4h08m no horário de Brasília) em um vôo de 12 horas e meia para São Paulo. Fazem parte do grupo o cardeal brasileiro Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, e Giovanni Battista, prefeito para a Congregação dos Bispos. Esta é a terceira vez que Joseph Ratzinger vem ao Brasil, as duas anteriores foram quando era cardeal.

O Papa desembarca às 16h30m na Base Aérea de Cumbica e segue de helicóptero até o Campo de Marte, na zona norte, de onde embarcará no papamóvel rumo ao Mosteiro. Apesar do tempo instável na cidade, cerca de 100 mil fiéis são esperados no Largo São Bento para a saudação e primeira benção de Bento XVI aos brasileiros, que será feita por volta de 18h30m do balcão blindado do Mosteiro. O sino de seis toneladas dos monges beneditinos tocará por 15 minutos quando o papamóvel se aproximar.

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