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O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), comentou que não é necessária a instalação de duas CPIs - uma na Câmara e outra no Senado -, para investigar a crise no sistema aéreo brasileiro. Segundo ele, seria um esforço em dobro para fazer a mesma investigação:

- Cabe aos senadores analisarem se é adequado ter duas CPIs ao mesmo tempo. A minha opinião é que não. Até porque acho que seria um esforço em dobro para fazer uma investigação que qualquer CPI ou qualquer organismo poderia fazer - comentou.

Os deputados aguardam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma liminar que pede a imediata instalação da CPI na Câmara. No Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse na sexta-feira que a oposição já tem 28 assinaturas, uma a mais que o necessário, para pedir a instalação de uma CPI para investigar o assunto. Mesmo assim, Virgílio diz que pretende continuar recolhendo assinaturas essa semana para chegar a 35 adesões. Depois disso, a oposição deverá decidir se pede ou não a abertura de uma CPI no Senado.

- Eu creio que não me cabe julgar a iniciativa dos senadores, mas eu vejo que há senadores, inclusive da oposição, dizendo que não deve haver essa iniciativa por parte do Senado. Até porque os deputados de oposição da Câmara tiveram essa iniciativa primeiro. Então, creio que a oposição vai buscar se entender nesse ponto - afirmou Chinaglia.

Chinaglia espera que qualquer CPI seja orientada para beneficiar a sociedade.

- Quando de outras CPIs, praticamente na legislatura passada, o que me incomodava é que havia muito discurso. E muito do que foi divulgado pelas CPIs era trabalho da Polícia Federal e/ou do Ministério Público - criticou.

Dada como inevitável a instalação da CPI, o governo tentará fazer com que ela fique restrita à Câmara, onde sua base de apoio é maior do que no Senado.

Para Arthur Virgílio, o governo não tem meios de evitar uma CPI no Senado. Mas, se os líderes da oposição na Câmara pedirem, o Senado poderá abrir mão de criar uma CPI.

- Podemos fazer até uma CPI mista - acrescenta.

O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), admite que o ambiente está cada vez mais "contaminado" pela idéia de instalação da CPI. Segundo ele, nesse clima os parlamentares aliados vão trabalhar em duas frentes: a aprovação das medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e na despolitização da CPI.

- É uma semana decisiva e definitiva para o governo - diz Múcio, que reclamou da tática da oposição de obstruir a votação das MPs do PAC, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não decide sobre a CPI. - Estamos há um mês trabalhando com essa obstrução que só prejudica o país.

Jungmann diz que haverá "obstrução seletiva"

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) diz, porém, que a oposição continuará com a "obstrução seletiva" de projetos até a definição sobre em qual das Casas a CPI será instalada.

- Pessoalmente, sou favorável a uma CPI na Câmara, onde teve seu pedido original. Mas, se não for possível, vamos para o Senado - diz Jungmann, que chama de "linha burra" a estratégia do governo de lutar contra a CPI, em vez de negociar acordos e procedimentos para trabalhar na CPI.

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