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A pacata Ribeirão Claro, cidadezinha com pouco mais de 12 mil habitantes, no Norte Pioneiro, agora tem data para celebrar a verdade. A partir de 2008, no dia 2 de abril, a cidade terá atividades nas escolas e igrejas para dar destaque para fatos que contam a história da humanidade na busca pela verdade.

O autor da idéia é o vereador Carlos Henrique Molini (PP), que sugeriu um projeto aprovado por unanimidade na Câmara da cidade, já sancionado pelo seu irmão, o prefeito Francisco Carlos Molini (PSDB). O vereador conta que a idéia surgiu do apelo de amigos para fazer alguma coisa que combatesse a mentira, celebrada no dia 1.º de abril. "Foi aí que tive a idéia de criar o Dia da Verdade em Ribeirão Claro um dia depois da data da mentira", conta.

O vereador reconhece que a princípio a sugestão seria mais uma brincadeira para descontrair com a celebração do 1º de abril. "Mas o negócio ficou sério quando comecei a ser procurado por líderes comunitários, que deram apoio ao projeto", diz. O vereador confessou que teve medo da reação da comunidade, mas de acordo com ele a população apoiou a iniciativa.

Porém, nas ruas da cidade o assunto virou polêmica e quem aceita falar sobre o assunto não poupa críticas à iniciativa. "Isso é uma palhaçada. Vereador tem é que criar projetos que beneficiam a comunidade. Essa cidade precisa de oportunidade para os nossos filhos e netos, que se formam e vão embora porque aqui não tem emprego. Bem coisa de gente que não tem o que fazer", dispara o aposentado Olavo Silva, 65, que há mais 30 anos vive em Ribeirão Claro.

O marceneiro aposentado Sidnei Ravagnoli, de 67 anos, é mais ponderado na crítica, mas vê como perda de tempo se preocupar com coisas tão sem importância quando a cidade precisa de idéias para se desenvolver. "Não precisamos de datas comemorativas; precisamos de atenção e emprego para o povo", diz.

Ribeirão Claro tem a agricultura como base da sua economia. A cidade também tenta se desenvolver a partir do turismo, aproveitando as belezas naturais da região, mas os resultados ainda são poucos. Além disso, a maior empresa da cidade, um laticínio, emprega 150 pessoas. Há ainda poucas e pequenas fábricas de móveis que atendem somente o mercador local.

Mesmo com as críticas, Carlos Henrique Molini acredita que seu projeto é importante. "Valorizo uma coisa boa. Algo que representa a identidade do ribeirão-clarense", defende-se.

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