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Fortalecimento do PSB pode embolar disputa estadual

O fortalecimento da candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) promete embolar a sucessão estadual no Paraná. Do lado tucano, o prefeito de Curitiba, Beto Richa – nome mais forte para disputar o governo do estado pelo PSDB –, terá de renunciar ao cargo para se candidatar, até abril do ano que vem.

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A ascensão do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi a maior novidade da pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem sobre a disputa presidencial de 2010. Em dois cenários pesquisados, quando o candidato tucano é o governador de São Paulo, José Serra, Ciro supera ou ao menos se iguala à ministra Dilma Rousseff (PT) e figura em segundo lugar. Nos outros dois cenários, em que o governador mineiro Aécio Neves aparece como o candidato do PSDB, Ciro lidera as pesquisas com 10% à frente da ministra. Serra, no entanto, continua se mostrando como favorito, com ampla vantagem nas intenções de voto.

Em relação à última pesquisa, divulgada em junho, Serra perdeu quatro pontos porcentuais (de 38% para 34%), enquanto a ministra Dilma Rousseff caiu três pontos (de 18% para 15%). No cenário mais provável para a eleição do ano que vem – com quatro candidatos (Serra, Dilma, Ciro e a senadora Marina Silva, do PV) –, o tucano lidera as pesquisas de intenções de votos, com 35%; Ciro aparece em segundo, com 17%; Dilma, com 15%; e Marina, que aparece pela primeira vez no levantamento, com 8%. Somam 24% os que não sabem e os brancos e nulos.

Na análise da pesquisa, o Ibope diz que o crescimento de Ciro (de até 5 pontos porcentuais) pode ter sido influenciado pela propaganda política do PSB no rádio e na televisão, nos dias que antecederam o levantamento. O instituto, por outro lado, disse não ter elementos para analisar as quedas de Serra e de Dilma, porque o quadro é instável, considerado muito volátil neste momento e o eleitor ainda não tem preferência consolidada.

Sem Serra na disputa, a pesquisa mostra Ciro como o melhor posicionado na corrida pelo Palácio do Planalto, com 28% dos votos. Nesse cenário, Dilma ficaria em segundo lugar, com 18%, seguida por Aécio Neves, com 13%. Marina Silva aparece com 11%, e os brancos, nulos e os eleitores que não responderam somam 31%.

Repercussão

Ao comentar o resultado da pesquisa, Ciro afirmou que os números reforçam a tese de que o melhor para o governo é o lançamento de duas candidaturas da base de apoio do presidente Lula. "A realidade brasileira não se acomoda a um quadro norte-americano de democratas contra republicanos", declarou. Apesar de ressaltar que pesquisas realizadas muito antes das eleições apresentam avaliações "precárias" e dão apenas "pistas" sobre a disputa, o deputado cearense reiterou que está em campanha e que já apresentou sua candidatura. Ele revelou, entretanto, que PT e PSB concordaram que fevereiro será a data-limite para definir se haverá mais de uma candidatura. "Mas já estou dito candidato faz tempo, dependo apenas do meu partido. Se depender da minha vontade, chego a 80%", declarou.

Em relação à estagnação da candidatura da ministra Dilma Rousseff, Ciro argumentou que ela vem sofrendo um processo de difamação. "Ela tem sofrido uma injustíssima campanha de agressão permanente, mas se recupera. Não a vejo com menos de 25% em nenhuma perspectiva", afirmou.

Já o tucano José Serra se disse satisfeito com a liderança na pesquisa, mas voltou a criticar a antecipação do debate eleitoral. "Repito que ainda é muito cedo para se tratar de eleição, mas, de toda maneira, as pesquisas são feitas. E estando em primeiro lugar, fico muito satisfeito", declarou. Evitando uma análise mais aprofundada dos números da pesquisa, Serra negou que vá antecipar o início da campanha. "Quero manifestar apenas que estou satisfeito em estar em primeiro, folgadamente até. Não significa que vamos partir para alguma campanha porque é cedo, mas é algo que representa uma vantagem." Se­­ gundo ele, a pesquisa não significa que esteja à frente de Aécio Neves na briga pela vaga do PSDB à disputa presidencial.

Ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP) afirmou que a eventual candidatura de Ciro seria um problema maior para os tucanos do que para o PT, pois deixaria Serra com uma votação inexpressiva no Nordeste. "Não existe Plano B pra nós. O Lula vai apoiar a Dilma. Ele vai fazer campanha para ela como se fosse para ele", garantiu.

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