| Foto: CNMP/Divulgação

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) discutirá a abertura de um procedimento para apurar se o ex-ministro da Transparência Fabiano Silveira favoreceu indevidamente interesses privados quando atuava como conselheiro do órgão. A corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, considera haver indícios de crime nas conversas travadas entre o então conselheiro e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre as investigações contra o parlamentar na Lava Jato.

CARREGANDO :)

O tema deverá ser levado à sessão desta terça-feira (31) no CNJ. A conversa em que Silveira aparece criticando a Lava Jato e aconselhando Renan sobre como apresentar sua defesa ao Ministério Público Federal foi gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e divulgada no último domingo pelo Fantástico, da TV Globo. Os áudios motivaram, nesta segunda-feira (30) o pedido de exoneração de Silveira do cargo de ministro nomeado pelo presidente interino, Michel Temer.

Nos bastidores, os membros do CNJ avaliam que o episódio registrado por Machado, embora tenha embaraçado o ex-conselheiro e constrangido o órgão, não configura propriamente um crime. Por isso, as investigações na corregedoria devem se concentrar em reunir elementos para saber se Silveira usou o nome do CNJ como pretexto para marcar reuniões com autoridades ligadas às investigações da Lava Jato e, assim, obter informações privilegiadas.

Publicidade

Funcionário de carreira do Senado, Silveira foi indicado para a vaga no CNJ pelo próprio Renan e estava em seu segundo mandato como conselheiro do órgão. O cargo, no entanto, o impedia de atuar como advogado. Quando entrou para o primeiro escalão do governo Temer, Silveira precisou pedir exoneração do conselho. Agora que não é mais ministro, ele volta a se submeter às normas sobre atuação de funcionários públicos do Senado.

Veja também
  • Saída de Ministro da Transparência causa saia-justa para definição de interino
  • Servidores fizeram ‘higienização’ no gabinete do ministro
  • Lava Jato derruba 2.º ministro de Temer em uma semana
  • Ministro da Transparência de Temer criticava Lava Jato em gravação