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O ex-presidente e atual senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTB), foi eleito nesta quarta-feira (2), o mais novo integrante da Academia Alagoana de Letras. Apesar de não ter livros publicados, ele ocupará a cadeira de número 20, que pertencia ao médico Ib Gatto Falcão, ex-presidente da Academia, falecido em dezembro de 2008, aos 93 anos.

A eleição do senador foi feita com base no conjunto de artigos publicados em jornais na imprensa local e nacional. Collor de Mello foi representado na cerimônia pelo presidente do Instituto Arnon de Mello, Carlos Mendonça. Collor foi comunicado por telefone. Segundo Mendonça, ele disse que se sentiu muito honrado ao receber o resultado. A posse ainda não foi marcada.

Fernando Collor de Mello era candidato único e obteve 22 votos dos 30 membros da Academia que compareceram à votação. Foram computados ainda 8 votos em branco e nenhum nulo. O presidente da Academia, bispo d. Fernando Iório, que está há sete meses no comando da casa, disse que nunca tinha visto uma votação tão expressiva quanto essa. Segundo ele, dos 40 membros, 30 compareceram para votar.

Para d. Fernando Iório, a eleição de Fernando Collor foi "livre, limpa e bonita". O presidente da Academia disse ainda que diferente de outras eleições, como não havia disputa, não houve pedido de voto. "O ex-presidente foi eleito pela sua produção jornalística impecável, por seus artigos e discursos", afirmou o bispo, que também é jornalista e escritor.

Ao se candidatar, em dezembro do ano passado, Collor apresentou à Academia Alagoana de Letras uma coletânea dos discursos e artigos sobre os mais variados temas. Também mostrou esboço do livro que escreve há anos sobre sua versão do impeachment. Segundo seus assessores, o livro intitulado "A crônica de um golpe" está no prelo.

Entre os imortais, a eleição de Collor foi positiva. O escritor Carlito Lima, que tomou posse na Academia em outubro de 2008, disse que o ex-presidente é bem-vindo e tem tudo para engrandecer ainda mais a instituição. Para o poeta Diógenes Tenório Junior, a presença o senador nos quadros da Academia pode significar investimentos na estrutura da casa.

HISTÓRICO - A Academia Alagoana de Letras foi fundada em 1º de novembro de 1919 e se prepara para completar 90 anos. Em seu estatuto está escrito que é uma instituição civil que tem por finalidade desenvolver a cultura literária em Alagoas. Entre seus objetivos está adquirir livros, documentos e manuscritos de homens de letras, sobretudo de Alagoas, para disponibilizá-los aos leitores.

Consta ainda em seu estatuto que a entidade se compromete em manter biblioteca com sala de leitura, arquivos e museus de objetos pertencentes aos sócios falecidos; entreter relações com sociedades congêneres do país e do estrangeiro; publicar a Revista da Academia e trabalhos valiosos que versem assuntos literários ou se incluam entre as matérias permitidas pelos concursos.

"Além de promover conferências, reuniões, cursos sobre temas culturais, preferencialmente literários; instituir prêmios e honrarias e colaborar intelectualmente com os poderes públicos no aprimoramento das letras em Alagoas, inclusive propondo medidas que visem a este objetivo".

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