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"Só o erro é que precisa apoio do governo. A verdade, essa fica de pé por si própria."Thomas Jefferson, Presidente dos EUA.

rgalindo@gazetadopovo.com.br

O governador Roberto Requião é bom de voto: disso não há dúvida. Salvo engano, é o político paranaense que mais recebeu votos até hoje. Disputou sete eleições, ganhou seis. É o único governador do estado eleito três vezes para o cargo. Mas, curiosamente, apesar de tudo isso, Requião é um péssimo cabo eleitoral. A história mostra que, ao longo de sua carreira, o governador não obteve sucesso quando tentou apoiar alguém para alguma eleição importante dentro do estado.

Vejamos: Requião chegou ao governo pela primeira vez em 1990. Seu primeiro teste como cabo eleitoral número um do Paraná foram as eleições para a Prefeitura de Curitiba em 1992. Perdeu. Quem levou o cargo foi seu atual aliado Rafael Greca. Em 1994, o segundo teste foi a escolha do seu sucessor no governo. Perdeu novamente. Álvaro Dias, na época seu aliado, foi derrotado por Jaime Lerner.

Em 1996, como senador, perdeu a convenção do partido para a disputa em Curitiba. Max Rosenmann foi escolhido candidato contra a sua vontade. E, de qualquer maneira, perdeu. Em 1998, Requião perdeu sua única eleição para governador. Para o Senado, apoiou Nédson Micheleti, do PT. Perdeu também. Em 2000, novamente ano de eleições municipais, lançou seu irmão, Maurício, como candidato do PMDB. Eduardo, o outro irmão, saiu pelo PDT. Perderam ambos. No segundo turno, o PMDB foi de Ângelo Vanhoni. Perdeu.

Em 2002, Requião se elegeu governador novamente. O seu candidato a Senado era Paulo Pimentel. Perdeu. Em 2004, eleições municipais. Requião e o PMDB decidiram esnobar Gustavo Fruet e Rafael Greca, que queriam ser candidatos. O partido apoiou Ângelo Vanhoni. Que perdeu para Beto Richa. Finalmente, em 2006, Requião venceu como candidato ao governo mais uma vez. Para o Senado, apoiou Gleisi Hoffmann. Que fez bonito, mas perdeu.

Agora, o que é de se perguntar é o seguinte: quem será o candidato de Requião à prefeitura de Curitiba em 2008?

Radar

A semana 1 – Esta pode ser uma semana decisiva na política paranaense. Antes de mais nada, pela chance – ainda que remota – de Gustavo Fruet se tornar o presidente da Câmara dos Deputados. Não é difícil imaginar a bancada do governo se atrapalhando e deixando uma brecha para o PSDB. Já aconteceu outras vezes. Caso isso ocorresse, Fruet se tornaria um nome fortíssimo para a sucessão estadual em 2010.

A semana 2 – Enquanto isso, também haverá novidades de menor porte. Nélson Justus, sem concorrentes, será o presidente da Assembléia Legislativa. E fica aqui uma aposta: assim que a eleição no Legislativo se resolver, o governo do estado preenche rapidinho as secretarias que ainda estão pendentes. A mesma coisa acontecerá provavelmente no nível federal. Passadas as eleições para as mesas da Câmara e do Senado, a nomeação dos ministros andará a passos largos.

Aniversário – Um dos projetos mais importantes da ONG Transparência Brasil está de aniversário. É o Deu no Jornal, que reúne e classifica informações sobre corrupção publicadas em 63 jornais de todo o país, diariamente. Inaugurado em 2004, o projeto já tem mais de mil dias de notícias coletadas. Agora, isso está sendo transformado em estudos analíticos, para saber como funciona a corrupção no Brasil. E também para saber como funciona a nossa imprensa. Vale visitar o site: http://www.deunojornal.org.br.

Isto também é política – Pelas contas do Ippuc, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, "nascem" mais carros do que pessoas na cidade todos os anos. Isso quer dizer que há gente com grana para comprar automóvel. Mas também mostra que a população ainda prefere não confiar integralmente no sistema de ônibus da cidade. Afinal, por mais elogiável que seja o transporte nessas paragens, andar num coletivo às seis da tarde é uma experiência bastante desagradável. Para dizer o mínimo.

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