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Embora ainda faltem mais de sete meses para a eleição municipal, os dois principais candidatos em Curitiba têm tarefas imediatas a cumprir, antes que suas chances sejam significativamente reduzidas. De um lado, o prefeito Lucia­­no Ducci (PSB) precisa dar um jeito de a passagem de ônibus não subir. De outro, Gustavo Fruet (PDT) tem de conseguir o apoio do PT de qualquer jeito, sob pena de ficar invisível na eleição.

O problema de Ducci é econômico. Os cálculos do Sin­­di­­cato dos Trabalhadores em Ur­­ba­­nização (Sindiurbano) apontam para um possível aumento da tarifa técnica para R$ 2,80, agora que o salário dos motoristas e cobradores foi definido. Em 2011, eles acertaram na mos­­­­ca o palpite sobre o novo preço da passagem. A tarifa atual, de R$ 2,50, abre um rombo na conta e quem acredita que os empresários vão aceitar isso está muito enganado. Os donos das concessionárias não fizeram de tudo para ganhar a licitação à toa.

A coluna adiantou na semana passada que o plano de Ducci é fazer com que seu padrinho político, Beto Richa (PSDB), libere di­­nheiro dos cofres estaduais para cobrir a diferença, pagando o prejuízo das longas linhas metropolitanas integradas – as mais ca­­ras do sistema. Mas desde então surgiram problemas. Já apareceu o argumento de que se tra­­taria de privilégio: por que pa­­gar só para Curitiba, e não pa­­ra outras cidades, não administradas por aliados.

Do outro lado, Fruet tem de trabalhar com Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo (pois é, o mundo dá voltas) para garantir que os petistas aceitarão ir com ele para a eleição já no primeiro turno. Caso contrário, Fruet estará fadado a não ter tempo de televisão nem militância – já que seu partido atual, o PDT, é atualmente um peso leve na política local. Alianças com siglas menores pouco ajudariam, e Fruet se tornaria uma espécie de Marina Silva da eleição de Curitiba: mui­­tos simpatizantes, mas com chance reduzida de ganhar.

Tudo depende de uma eleição interna que o PT realizará em 15 de abril. E os opositores do apoio à Fruet têm feito o que podem pa­­ra mostrar que não estão mortos. Tadeu Veneri e Dr. Rosinha começaram a passar um abaixo-assinado pela candidatura própria que, até ontem, tinha 365 apoios. Parece pouco. Mas, pela tradição do PT, são cerca de 1,5 mil os eleitores que vão à urnas nas disputas internas. Ou seja: 800 votos po­­dem decidir a parada.

Por outro lado, Fruet tem ou­­tro problema a ser resolvido mais à frente: se conseguir o apoio do PT, tem de convencer a população de que isso é uma coisa boa. Os defensores da candidatura própria no partido lembram que o PT sempre lançou candidato na cidade, em 32 anos de história. Faltou dizer a segunda parte: nesses mesmos 32 anos, nunca levaram a eleição, nem mes­­mo apoiaram um candidato vencedor, nem se­­quer no segundo turno. Nes­­se caso, Fruet parece ter o mesmo problema de seu aliado pe­­detista, Osmar Dias, que perdeu a eleição para o governo do estado por ter se aliado com quem antes criticava.

Até abril, Ducci e Fruet precisarão ter resolvido seus problemas internos. Depois, partem para a segunda etapa. Quem ti­­ver feito melhor a lição de casa, sai na frente.

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