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"O Requião é meu amigo e ele vai entender que os transgênicos são importantes. Tecnologia nova. Nós vamos conversar sobre os transgênicos no Paraná."

Odílio Balbinotti, possivelmente o novo ministro da Agricultura, achando que pode fazer Requião mudar de idéia sobre algo.

Se você é jovem, mora em Curitiba e está preocupado porque não consegue emprego, não desanime. Seus problemas estão prestes a ser resolvidos. O governo federal está investindo pesado no primeiro emprego, que tem como principal objetivo garantir a entrada de jovens no mercado de trabalho. Duvida? Pois então veja os números: somente em Curitiba, neste ano, já foram investidos R$ 1,5 mil no programa.

Como é? Isso mesmo. Em toda a cidade de Curitiba, apenas uma empresa recebeu recursos do programa neste ano. Trata-se de uma firma de limpeza e conservação. Recebeu R$ 1,5 mil para entrar no programa. São cerca de quatro salários mínimos para resolver o problema dos milhares de jovens desempregados na cidade.

No ano passado, segundo o Portal da Transparência, do próprio governo federal, o programa transferiu para Curitiba um total de R$ 16,2 mil. Como ainda estamos em março, é capaz que a mesma montanha de dinheiro chegue à cidade até o fim do ano, repetindo a façanha. Já se ampliarmos o resultado para todo o estado, os números são os seguintes: neste ano, o Paraná recebeu pouco mais de R$ 4,5 mil. Além de Curitiba, foram beneficiadas Castro e Chopinzinho. No ano passado, foram R$ 65 mil para 21 municípios. Média de R$ 3 mil por cidade.

O curioso é que os números de 2007 colocam o Paraná como o quarto estado do país a receber mais verbas do primeiro emprego neste ano. Fica atrás apenas de Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. Ou seja: não é só por aqui que o programa não vem funcionando de maneira desejável. Em 23 unidades da federação, o repasse é ainda menor.

Muito se critica o governo Lula por dar apoio aos pobres com projetos do gênero Bolsa Família. Criticar o auxílio como sendo esmola é um erro: para quem está na miséria, é esse dinheiro que muitas vezes evita a fome e a desgraça. É a garantia do direito mínimo do cidadão. Mas é claro que o ideal seria preparar as pessoas para que elas não precisassem mais do apoio do governo para sobreviverem. O primeiro emprego seria a chance de conseguir esse passo a mais. Não é o que está acontecendo.

Curitiba, que neste ano ficou com apenas R$ 1,5 mil do primeiro emprego, já recebeu mais de R$ 2 milhões do Bolsa Família. Tomara que, com o tempo, esses números possam se inverter. Afinal, ensinar a pescar ainda é o melhor caminho para resolver um problema desse gênero.

Liberdade

Comemora-se nos Estados Unidos por estes dias a "Sunshine Week". É a semana em que os jornais, ONGs e outras instiuições ligadas à liberdade de imprensa e de informação comemoram a existência de uma lei que garante acesso a dados considerados socialmente relevantes. Os norte-americanos dão-se a pachorra, inclusive, de premiar a entidade pública que menos dá divulgação a seus atos e às informações que deveriam ser públicas. Neste ano, o troféu Rosemary Woods foi para a Força Aérea Americana. A conta dos especialistas é de que 21% dos órgãos públicos dos EUA não publicam tudo o que a lei exige. Parece ruim? Agora imagine que no Brasil nem a lei existe. Quem quiser saber mais pode acessar o blog deunojornal.zip.net, um dos campeões na luta pela criação de uma legislação do gênero no Brasil.

2 aviões constam da declaração de bens do deputado-quase-ministro Odílio Balbinotti, além de outros dois aviões agrícolas. O deputado declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 123 milhões. É um dos parlamentares mais ricos do Brasil. Coincidentemente, se deixar a vaga na Câmara para Marcelo Almeida, estará repassando o lugar para outro dos mais ricos entre os políticos paranaenses. Almeida declarou patrimônio de R$ 87 milhões em 2006.

Sigiloso

Muda o ano, mas não muda a estratégia. Os dados do Portal da Transparência do governo federal para 2007 continuam não especificando os gastos feitos com os cartões corporativos da Presidência da República. Isso quer dizer o seguinte: vários funcionários do governo têm cartões públicos para pagar suas contas. O site registra quem gastou onde, quando e quanto. Há duas exceções, porém. Uma é para a Agência Brasileira de Informações, a Abin. A outra é para a Presidência da República. Em ambos os itens, aparece o valor gasto, acompanhado da seguinte inscrição: "Informações protegidas por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado." No caso da Secretaria de Administração da Presidência da República já há R$ 909 mil nessa rubrica em 2007.

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