Engana-se quem achar que o senador Alvaro Dias esteja distante da campanha municipal e já nem pense em candidatar-se a governador em 2010. Pelo contrário, não só não parou de viajar para apoiar candidatos do seu partido, o PSDB, como mantém a convicção de que poderá empregar com segurança o slogan "desta vez vamos" – famoso nas repetidas tentativas do velho político paulista Ademar de Barros de chegar à Presidência da República.

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Na aparência, não haveria lugar para Alvaro no cenário que se monta para a sucessão de Requião – coisa que ele, no entanto, considera totalmente sem cabimento. O cenário em construção coloca Beto Richa como candidato do PSDB; logo, Alvaro só teria chance se disputar e ganhar a convenção tucana de 2010.

O mesmo cenário também coloca o irmão Osmar como forte candidato, mas pelo PDT. Pergunta-se: Alvaro concorreria com o próprio irmão?

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Os sinais emitidos por assessores próximos do senador apontam para sua disposição de enfrentar as duas situações. A fragilidade da estrutura do PSDB no interior pode facilitar-lhe, com chances de vitória sobre Beto Richa, a disputa na convenção. Mas, caso isso acabe se mostrando inviável, não lhe será difícil encontrar uma alternativa partidária que patrocine a sua candidatura.

Além de uma oferta antiga do PTB, há também uma forte ala do PMDB, por exemplo, que estaria disposta a dar-lhe guarida por entender que, terminado o devastador ciclo Requião, o partido precisará de um nome mais forte do que Orlando Pessuti para concorrer ao governo. Alvaro seria, no entendimento de peemedebistas tradicionais, o nome capaz de reunificar o partido e de dar-lhe perspectiva de manter o poder.

Mudar de partido? Por enquanto isso não é legalmente possível. O TSE já deixou claro que se torna inelegível o político infiel. Entretanto, tramita no Congresso um projeto que abre uma "janela" para mudanças. Caso aprovada, Alvaro poderá se aproveitar dela como saída de emergência, embora insista em afirmar que não pensa nessa hipótese.

O que vai levar o senador a uma definição final, no entanto, serão as pesquisas de opinião que mandará fazer a partir do ano que vem. Por meio delas, pretende monitorar suas chances até chegar a hora da verdade. Não se aflige com isso, pois manterá um saldo de mais quatro anos de mandato no Senado.

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Postos a postos

Fontes da Secretaria da Fazenda contestaram a nota publicada pela coluna, ontem, que informava sobre a decisão do governo de dispensar a obrigatoriedade do lacre nas bombas e de não mais fiscalizar os postos de combustíveis. A nota dizia que a medida representava um convite à sonegação.

A contestação veio na forma de e-mails que afirmavam que os impostos são pagos na fonte, isto é, pelas distribuidoras. Logo, os postos não teriam como sonegar.

O desmentido contraria o que dizem fiscais da própria Receita Estadual que atuavam no setor. Eles explicam que, com a eliminação do lacre, torna-se possível manipular os registros de entrada de combustível nos tanques. O que permite que eles sejam abastecidos por distribuidores clandestinos que não pagam impostos. Eles perguntam: a quem interessa essa medida?

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Olho Vivo

A multa e...

Os consumidores domésticos de energia elétrica receberam junto com a conta um simpático comunicado da Copel. Avisava que estava investindo mais R$ 30 milhões para tornar mais confiável a rede de distribuição. O que a Copel não disse, porém, é que o "investimento" é, na verdade, uma multa aplicada pela Aneel à empresa por não ter assegurado padrões mínimos de confiabilidade aos usuários, conforme lembra o deputado Elio Rusch.

... o "investimento"

A Copel foi multada nesse valor depois que a Aneel constatou que a empresa ultrapassou os limites admissíveis de interrupção no fornecimento de energia e lhe propôs duas alternativas: ou pagava em dinheiro ou firmava um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) obrigando-se a investir o mesmo valor em obras preventivas. A Copel preferiu assinar o TAC, mas agora apresenta o investimento como se fosse uma ação voluntária.

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Otimismo

O PT viu na pesquisa Datafolha divulgada ontem pela Folha de S. Paulo os sinais de que pode ocorrer uma "grande virada" na eleição curitibana. Beto Richa caiu de 72 para 68 pontos e Gleisi Hoffmann subiu de 15 para 20. A diferença entre eles se estreitou, portanto, de 57 pontos porcentuais para 48. Para dirigentes petistas a aproximação nessa reta final pode indicar uma tendência de decisão apenas no segundo turno. O eleitorado estaria atendendo ao apelo de Gleisi.