Olho vivo

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O PDT já decidiu: se o partido confirmar aliança com o PT no Paraná, quer figurar na chapa com um candidato ao Senado. Não há possibilidade, segundo lideranças da legenda, de fazer companhia a Gleisi Hoffmann com um candidato a vice. A estratégia foi firmada esta semana em reunião do presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, com o prefeito Gustavo Fruet e membros do diretório estadual. Com candidato a senador (e não com um apagado vice), o PDT teria chance de eleger bancadas mais numerosas de deputados.

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A estratégia, que vale para o Paraná (em alguns estados o PDT fará oposição ao PT), está sendo costurada também em Brasília com dirigentes petistas. Se batido o martelo em favor desta opção, restará apenas uma questão a ser resolvida até junho: quem será o candidato?

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Três nomes despontam entre os que já manifestaram disposição para concorrer ao Senado. O primeiro deles foi o ex-deputado e líder trabalhista Léo de Almeida Neves. Outro, o deputado estadual André Bueno, filho do prefeito de Cascavel. E o terceiro, o vereador Jorge Bernardi. Com vários mandatos na Câmara Municipal e há 30 anos militante do brizolismo, Bernardi ganhou notoriedade no último ano como presidente da CPI do transporte coletivo e contribuiu para o congelamento da tarifa.

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Uma pesquisa qualitativa interna indicará o pedetista a integrar a chapa de Gleisi. Sondagens iniciais indicam que, embora todos respeitem a história de Léo de Almeida Neves, a tendência atual favorece Bernardi – também porque o deputado André Bueno estaria mais interessado na própria reeleição do que em se aventurar na disputa senatorial.

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Dirigentes de entidades de representação classista da Polícia Militar subiram ao 3.º andar do Palácio Iguaçu para levar duas notícias ao governador, uma boa, outra má. Começaram pela boa: os líderes policiais disseram a Beto Richa que a PM não fará paralisações ou greve durante os delicados períodos do antes e do durante a Copa do Mundo. Segundo documento de quatro folhas que levaram ao gabinete, a PM se negará a patrocinar quaisquer "movimentos que reduzam a capacidade real ou de sensação de segurança das pessoas e instituições, por respeito a si mesma, aos cidadãos e ao Brasil, aos quais não pretende faltar".

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Bonito. O governador ficou feliz com a primeira parte, mas em seguida, numa explanação "olho no olho" e ao tomar conhecimento dos outros termos do documento que lhe foi entregue, Beto Richa ficou sabendo que nada lhe garante que o mesmo clima de paz será mantido após a Copa. Aliás, nem há garantia total de que alguns segmentos militares, com diferentes líderes, considerem ser esta uma posição imutável.

A partir daí seguiu-se a ladainha de insatisfações que os policiais militares devotam ao governo. E que querem ver atendidas o quanto antes.

A primeira invocação da ladainha diz respeito ao subsídio. Os policiais militares entendem que foram discriminados "na forma como o governo implementou o subsídio, porque deu tratamento financeiro inferior ao da Polícia Civil". Explicam: historicamente se mantém paridade salarial segundo a qual um coronel deve ganhar tanto quanto um delegado de primeira classe, e um soldado o mesmo que recebem os investigadores. Segundo os PMs, não é isto o que está acontecendo.

As entidades, dentre as quais se inclui a mais ativa – a Amai, Associação dos Policiais Militares –, também cobraram do governador dívidas antigas, como o pagamento de auxílio remoção, quinquênios, promoções e preenchimento de vagas. Mais: cobram também paridade entre militares da ativa e inativos que cumpriram o mesmo tempo de serviço. Para eles, esta paridade não é "uma questão política" como alegou um diretor da ParanaPrevidência, supostamente reproduzindo palavras do governador, mas uma questão jurídica a ser corrigida.

Testemunhas da reunião com Beto Richa dizem que ele negou ter dado ordem à ParanaPrevidência para descumprir a paridade, mas não se sabe se, depois, ele desautorizou o funcionário que supostamente falou em seu nome.

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A ladainha foi mais longa, mas terminou quase como se Beto estivesse recebendo uma faca no peito: ou paga o que deve ao Hospital da Polícia Militar (cerca de R$ 12 milhões) e garante uma gerência mais profissional, ou o hospital vai mesmo fechar suas portas, deixando milhares de servidores sem atendimento à saúde.

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