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Já se conta em pelo menos duas décadas a lenga-lenga da implantação do metrô curitibano. Foram tantos os planos e o falatório a respeito desde pelo menos quatro gestões municipais anteriores que a população sempre recebe com desconfiança notícias de que o metrô, enfim, vai entrar nos trilhos. É nesse clima que chega mais uma notícia: o prefeito Gustavo Fruet tem reunião marcada amanhã no BNDES na tentativa de abrir as primeiras portas para complementar os recursos necessários à construção do novo modal.

Fruet vai levar o resultado do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) aberto em maio e que atraiu propostas de três consórcios empresariais para constituir uma PPP (parceria público-privada) e de uma ONG, o Movimento Passe Livre, que propôs um sistema de participação popular que, segundo ela, viabilizaria transporte gratuito.

Com o R$ 1 bilhão já garantido pelo governo federal, a suposta participação de R$ 320 milhões do governo estadual, além de aportes da prefeitura, o prefeito considera que, com o apoio financeiro do BNDES o projeto do metrô pode ser finalmente colocado em pé.

A animação provém do fato de que, na semana passada, técnicos do banco examinaram os projetos dos participantes da PMI e, segundo informam fontes das secretarias municipais do Planejamento e da Administração, as soluções propostas resolvem todos os equívocos técnicos apontados no projeto herdado do ex-prefeito Luciano Ducci.

Não foram divulgados detalhes – técnicos ou de custo – das propostas, mas, segundo a prefeitura, as análises preliminares feitas em conjunto com os enviados pelo BNDES apontam para a viabilidade de implantação do metrô. Numa primeira etapa, a linha de 20 km começaria no Pinheirinho e chegaria ao Cabral, com possibilidade de extensão até Santa Cândida.

Se tudo caminhar bem, a intenção é lançar novo edital de licitação antes do fim do ano. Acredite se quiser.

Olho vivo

"Zem fini"

Chegou ao fim o reinado do Júlio Cezar Zem como procurador-geral do Estado. Demitido ontem, transmitirá o cargo amanhã a Jozélia Nogueira, que ocupou a função por alguns meses no segundo mandato do ex-governador Roberto Requião. Zem, autor da compra de um hotel cinco estrelas para transformá-lo em sede da PGE, acumulou tantos erros em três anos que o governador sentenciou com uma expressão francesa: "c’est fini".

Haja eficiência 1

Em março deste ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou que o Paraná figurava em sétimo lugar entre os estados brasileiros com o maior número de mandados de prisão aguardando cumprimento. Dos mandados expedidos pela Justiça entre junho de 2011 e março de 2013, a polícia tinha sido capaz de cumprir apenas 20%. Atualmente, são mais de 30 mil os mandados.

Haja eficiência 2

Esses dados refletem um descalabro: cerca de 30 mil homicidas, latrocidas, ladrões, pedófilos etc., já identificados e julgados, continuam nas ruas. Fora milhares de outros criminosos que, por falhas na investigação, nem chegaram a ser identificados. Veja-se o caso da menina Rachel Genofre, cujo corpo foi achado numa mala abandonada na Rodoferroviária há cinco anos. Até hoje não se descobriu o autor. Sobre a morte da adolescente Tayná, há dois meses, sabe-se que suspeitos foram torturados, mas os verdadeiros criminosos são ainda desconhecidos.

Haja eficiência 3

Tanto fracasso contrasta com a rapidez e o empenho que levaram a polícia paranaense a vasculhar até o Palácio do Planalto para, enfim, prender no fim de semana, em Foz do Iguaçu, o ex-prefeito de Realeza, Eduardo Gaievski, acusado de assédio sexual e abuso de crianças e adolescentes. Essa eficiência é digna dos maiores elogios – afinal, se há alguém que a Justiça considera um perigo para a sociedade e manda prendê-lo, o melhor a fazer é cumprir o mandado de prisão o quanto antes. Caso de Gaievski, que ontem, teve habeas corpus negado em razão da profusão de provas que pesam contra ele. Nada mais natural, portanto, que ele não se torne mais um dentre os 30 mil criminosos soltos por aí.

Haja eficiência 4

Entretanto, não deixa de ser no mínimo curioso que tanta rapidez não se note em casos tão escabrosos quanto o de Gaievski. E daí vem a pergunta: seria por que ele ocupava alto cargo de confiança no gabinete da chefe da Casa Civil da Presidência, Gleisi Hoffmann? E, por coincidência, virtual adversária na disputa pelo Palácio Iguaçu contra seu atual ocupante? Não, não pode ser. Esse fenômeno de ligeireza policial nada tem a ver com política...

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