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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado volta a discutir nesta quarta-feira projeto do senador Alvaro Dias (PSDB) que institui no Brasil modelo semelhante ao vigente nos Estados Unidos – a escolha dos candidatos à Presidência da República poderá ser feita mediante eleições primárias no âmbito de cada partido, com a participação de seus filiados.

A ideia, segundo justifica o senador paranaense, é democratizar ainda mais o processo de escolha dos candidatos, de modo a reduzir "o poder das cúpulas partidárias que, muitas vezes, fazem essa escolha mediante barganhas ou acordos espúrios".

Pelo projeto, os partidos não serão obrigados a realizar suas primárias, mas por meio dele criam-se condições materiais e institucionais para que possam fazê-las – tudo sob acompanhamento e fiscalização da Justiça Eleitoral "para garantir os meios e a lisura necessários ao processo de escolha de seus candidatos", ressalta Alvaro Dias.

A proposta prevê até um calendário para a realização das primárias, de 1º de abril ao primeiro domingo de junho – mês em que as legendas fazem suas convenções. Durante o período das primárias, não seriam consideradas infrações eleitorais as campanhas dos candidatos que nelas se inscrevessem. Emissoras de rádio e televisão poderiam cobrir livremente os eventos de campanha, incluindo a realização de debates.

Um detalhe: se aprovado o projeto e se o PSDB optar por adotar as primárias como prática, o virtual candidato do partido à presidência, Aécio Neves, pode ganhar um concorrente interno. Talvez o próprio senador Alvaro Dias, atualmente líder da oposição ao governo e político com maior presença na mídia do que Aécio.

Olho vivo

De mudança 1

Depois da Sinotruk, a fábrica chinesa de caminhões que desistiu de se instalar no Paraná e acabou se decidindo por Santa Catarina, está próximo também o dia em que a japonesa Nissan – fabricante das camionetes Frontier em São José dos Pinhais – rumará com malas e bagagens para Resende, no Rio de Janeiro. Coligada mundial da Renault, cujo grupo é presidido pelo brasileiro Carlos Ghosn, a Nissan projeta produzir na unidade fluminense um carro compacto capaz de competir no mercado hoje dominado pelo Gol, da Volkswagen, e por alguns modelos da Fiat, GM e Ford.

De mudança 2

Ghosn, que visitou recentemente a Nissan de São José dos Pinhais, procurou tranquilizar seus empregados: quem quiser, poderá se transferir para unidade de Resende; outros poderão ser aproveitados na fábrica da Renault aqui mesmo. Para compensar o "desinvestimento" da Nissan, o Ghosn confirmou que o grupo investirá R$ 1,5 bilhão até 2013 na ampliação da Renault.

Igual 1

O acordo celebrado pelo governo estadual com a concessionária Ecocataratas, para a duplicação de 14 km da BR-277 entre Medianeira e Matelândia, será honrado pelos usuários da rodovia. Após o término da obra, no ano que vem, o pedágio será imediatamente reajustado em 3,82%; um ano depois, igual porcentual se somará ao primeiro, perfazendo um aumento real de 7,8%. Tais reajustes foram reconhecidos pelo governo como "degraus tarifários" – isto é, para cobrir supostos desequilíbrios do passado. Assim, não eliminarão os aumentos "normais" que incidem a cada 1º de dezembro.

Igual 2

Estas condições fazem parte do Termo de Ajuste firmado entre a concessionária e o governo em 13 de dezembro do ano passado. O documento, só agora revelado, foi encaminhado pelo secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, à Assembleia Legislativa, que aprovou requerimento do deputado Elton Welter neste sentido. A conclusão que se tira é que a substituição do imperativo demagógico do "baixa ou acaba" do governo anterior por negociações do atual governo com as concessionárias produz o mesmo efeito: o pedágio sempre sobe.

Rumo

Até o final da noite deste domingo vai se ficar sabendo de que modo o PT curitibano vai participar da eleição para prefeito. Mais de 2,6 mil militantes do partido votam neste domingo em duas chapas que defendem posições opostas. Uma delas, liderada pelos deputados Tadeu Veneri e Dr. Rosinha, briga pela candidatura própria; outra, que tem entre seus eleitores os ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, prefere levar o PT a apoiar candidato de partido distinto – no caso, Gustavo Fruet, do PDT. Da eleição desse final de semana sairão os nomes dos 300 delegados com direito a voto para decidir, no próximo dia 28 e em instância final, o rumo que o PT tomará.

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