O senador Alvaro Dias ainda tem mais sete anos de mandato a cumprir. Situação que outros políticos considerariam confortável, pois os desobrigaria de pensar no futuro de curto prazo. Mas com Alvaro é diferente: mantém os hormônios em ebulição permanente, sempre pensando no amanhã e não no depois de amanhã.
Ainda não decidiu nada de modo definitivo, mas aos que com ele convivem politicamente têm manifestado duas coisas: 1) sua intenção de se desfiliar do PSDB; e 2) candidatar-se em 2018 à Presidência da República ou ao governo do Paraná por uma nova legenda que lhe dê espaço e força.
As duas ideias, claro, estão interligadas. E partem de convicções conhecidas até pelo petit-pavê da rua Quinze em Curitiba ou pela grama da praça dos Três Poderes em Brasília: Alvaro já há anos não se sente confortável no PSDB paranaense, maltratado e preterido em duas eleições consecutivas e só aceito como candidato à reeleição para o Senado na chapa de Beto Richa em 2014 em razão de ser o único nome capaz de representar um contraponto à mediocridade dos quadros locais. No plano federal, frustra-se com o comportamento do partido, ora por não ter discurso de oposição claro e definido, ora por vê-lo dividido por antagonismos e ambições pessoais de seus principais líderes. Em resumo: percebeu não haver espaço para ele no tucanato local nem no nacional.
A tendência é mesmo a de se abrigar numa outra sigla que o apoie na construção de um dos dois projetos que alimenta: candidatar-se ao governo do Paraná ou à Presidência da República. Tudo leva a crer até agora que seu destino seja mesmo o PSB do falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha presidencial do ano passado.
Mas Alvaro ainda recorre aos seus botões para tomar a decisão que não surgirá numa hora qualquer – procurará, antes, sentir o momento político mais propício para anunciar seus próximos passos.



