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Celso Nascimento

“Azarões” podem dar trabalho

Além de Roberto Re­­quião, há outros dois animados candidatos ao Senado: Ricardo Barros, do PP, e Abelardo Lupion, do DEM. São tratados como "azarões" na corrida por uma das duas cadeiras em disputa. Mas, afinal, que chances realmente têm? Ou que influência terão no resultado final do pleito?

Consideremos, hipoteticamente, que uma das duas vagas já tem dono – Roberto Re­­quião. Então, sobra a outra, pela qual se engalfinharão, além deles, a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal tucano Gustavo Fruet.

Em princípio, portanto, já está formado o quadro de candidatos à segunda vaga – são quatro, com os dois últimos diretamente alinhados aos mais prováveis, até agora, postulantes ao governo estadual: Gleisi, companheira de chapa de Osmar Dias (se Lula tiver sucesso em trazer o senador para o redil de Dilma Rousseff) e Fruet, na chapa de Beto Richa se o PSDB acabar optando pelo nome do prefeito.

Logo, considerando a densidade de cada uma das chapas, tudo indica que a disputa pela vaga tende a se dar entre Gleisi e Fruet. Então, o que estarão fazendo nesse cenário Ricardo Barros e Abelardo Lupion? Ambos trabalham para estar presentes na formação da chapa liderada por Osmar Dias, embora pensem de maneira diferente quanto à forma como isso se dará.

Presidente regional do PP – partido que integra a base do governo no Congresso – e vice-líder de Lula na Câmara Federal, é natural que Ricardo Barros se integre ao esforço do PT para ter Osmar Dias como cabeça de chapa o Paraná.

Já o deputado Abelardo Lupion, presidente do DEM, partido de forte oposição no plano federal, um dos líderes da poderosa bancada ruralista, acredita numa sinergia entre ele e Osmar: ambos têm fortes ligações com o agronegócio – importante e rico segmento do eleitorado paranaense. Por isso, Lupion acredita que uma aliança com o PT será fatal para o projeto eleitoral de Osmar Dias. Seu público tradicional não admitiria vê-lo na companhia do MST, por exemplo.

Osmar

Por isso o deputado aposta que, no frigir dos ovos, Beto Richa ficará na prefeitura de Curitiba e Osmar será mesmo candidato da frente partidária que batalhou por sua eleição em 2006 e que reelegeu Richa prefeito em 2008. Nesse caso, Lupion ficaria muito confortável do ponto de vista político e ideológico, beneficiando-se de sua ligação com o senador, obtendo votações expressivas nos pequenos municípios de perfil rural, como tem acontecido em todos os pleitos que disputou como candidato a deputado.

Ricardo Barros, por sua vez, conta entre seus trunfos com a considerável força política que o PP acumulou no estado. Na última eleição municipal, a legenda foi a terceira colocada na soma dos votos e ganhou em alguns colégios fortes, dentre os quais Maringá, seu principal reduto. Elegeu também (mas não levou) o prefeito de Londrina, Antonio Belinati. Além disso tudo, espera contar com a máquina federal, empenhada em ajudar todos os que puderem cavoucar votos para Dilma e Osmar, como acredita que seja o seu caso.

Estão na luta e em franca campanha, percorrendo todo o estado e organizando suas bases. Se não se elegerem, pelo menos poderão dar bastante trabalho aos mais fortes – incluindo Requião.

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