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A turma de Beto Richa andava preocupada com a possível utilização maciça nos programas do PMDB das denúncias que Requião faz contra o irmão do prefeito, José Richa Filho, o Pepe, para atingir o candidato à reeleição. A ansiedade diminuiu um pouco nos últimos dias quando os garimpeiros de Beto descobriram chumbo grosso que, se for o caso, pode ser trocado com o do adversário.

Ex-diretor do DER, Pepe teria liberado de forma irregular R$ 10,7 milhões à empreiteira DM no último dia do governo Jaime Lerner. Segundo as denúncias, repetidas seguidamente na "escolinha" da TV Educativa, esse dinheiro teria sido usado para pagar dívidas de campanha de Beto Richa, que foi candidato a governador em 2002.

Pois bem: descobriram os agentes encapuzados do prefeito que a mesma construtora DM foi beneficiada com a liberação, pelo governo do estado, de R$ 32 milhões em outubro de 2006. Com um detalhe: isso aconteceu apenas seis dias antes do segundo turno que reelegeu Requião.

Pendenga

O valor era referente a uma pendenga judicial travada entre a DM e a Copel em torno de contrato de compra e venda de energia, que tramitava na 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Embora o pagamento tenha sido feito mediante acordo homologado pela Justiça, a assessoria do prefeito vislumbra nele componentes e personagens parecidos ou iguais ao caso que envolveu Pepe Richa.

Como diz um conhecido bloguista da praça: pode ser tudo, pode ser nada. Ou ainda: isso é campanha.

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Onde está o tesouro de Abadía?

O delegado federal Fernando Francischini, que hoje ocupa a Secretaria Municipal Antidrogas de Curitiba, está curioso para saber se alguém achou o tesouro de 35 milhões de dólares em dinheiro vivo que o traficante Juan Carlos Abadía, extraditado na sexta-feira para os Estados Unidos, escondeu no Brasil.

Aos fatos:

• Francischini foi o policial que, em agosto do ano passado, após três anos de investigação, prendeu em São Paulo o megatraficante colombiano.

• Após a prisão, Abadía revelou o imenso patrimônio imobiliário que acumulara no Brasil nos anos em que morou clandestinamente no país, com passagens também por Curitiba. Todos os seus bens identificados, incluindo as cuecas, foram leiloados.

• O traficante confessou possuir – mas não revelou o esconderijo – os US$ 35 milhões. Revelou também que tinha três sócios no Brasil, que ainda operam para ele.

• Prometia entregar a dinheirama e os comparsas caso a Justiça e o governo brasileiro facilitassem sua extradição para os Estados Unidos. Tudo o que ele mais queria na vida era sair do Brasil.

• Apenas um ano (prazo inédito) após sua prisão, o STF aprovou a extradição e, em 24 horas, o governo colocou Abadía no jato da polícia norte-americana que foi buscá-lo em Manaus.

• Ninguém mais falou do dinheiro nem dos comparsas soltos e operantes.

Francischini está indignado e encafifado. Na sexta-feira, foi a Brasília protestar e perguntar às autoridades: alguém achou os US$ 35 milhões? Ele vai repetir a pergunta hoje à noite em reportagem do Fantástico.

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Olho Vivo

Vozes

Será amanhã o lançamento do livro Vozes do Paraná – Retratos de Paranaenses, do jornalista Aroldo Murá Haygert. A obra reúne perfis biográficos de 32 personalidades que, atuando em diversos setores, ajudam a construir a história do estado. A noite de autógrafos será no Palacete dos Leão (Avenida João Gualberto), a partir das 19 horas.

Desolação 1

Antonina está desolada: no mesmo dia em que nascia outra esperança de que seu porto voltaria a dias menos piores, a Marinha Brasileira decidiu baixar o calado em um metro – de 8,10 m para 7,10 m – por culpa da dragagem que nunca sai. Os planos foram literalmente por água abaixo, pois a medida inviabilizou o que daria sobrevida ao porto e à cidade.

Desolação 2

A Portaria 073 da Capitania dos Portos foi baixada em 28 de julho último. Nesse mesmo dia, a Volkswagen dava por aprovados os testes de viabilidade para exportar carros pelo Porto de Antonina, em condições mais vantajosas do que oferece o terminal de contêineres de Paranaguá. O rebaixamento do calado, no entanto, fez a empresa desistir.

Desolação 3

Em tempo: apenas um pequeno navio aportou em Antonina no mês de agosto, para desespero de mil trabalhadores que estão sem o que fazer e sem ganhar o pão.

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