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celso nascimento

Curitiba no mapa da zika

Pouca gente sabe, mas Curitiba é sede de uma das unidades da Fundação Oswaldo Cruz (a Fiocruz). Aqui leva o nome de Instituto Carlos Chagas (ICC). Seus laboratórios estão instalados na região da CIC (Cidade Industrial de Curitiba). Foram seus profissionais que realizaram pesquisas que resultaram no isolamento, pela primeira vez no país, do vírus causador da febre chikungunya e pela confirmação da presença do zika vírus em amostras humanas no Brasil.

Por isso, a Fiocruz elegeu o ICC como sentinela para a zika na Região Sul do país e também como um centro de diagnóstico para outras doenças virais emergentes, dentre as quais a chikungunya e o hantavírus.

Apesar de bem aparelhado e de contar com profissionais respeitados pela comunidade científica internacional, o Instituto Carlos Chagas ocupa um terreno irregular na CIC, nem pode expandir suas instalações porque as áreas vizinhas nem lhe pertencem nem estão com documentação regular.

Essa situação levou os diretores do ICC à presença do prefeito Gustavo Fruet na última quinta-feira – numa reunião a que estiveram presentes também desde oficiais das Forças Armadas (convocadas para participar do mutirão nacional contra a zika), além de autoridades municipais da área de saúde pública.

Da reunião saiu uma decisão importante: o prefeito mandou a Procuradoria-Geral do Município mover os meios jurídicos mais rápidos para regularizar os terrenos e escriturá-los em nome do ICC. Tão logo o processo esteja pronto, a Fiocruz – entidade mantenedora de uma rede nacional de 50 laboratórios – promete expandir os serviços.

Não é pouca coisa: é em Curitiba que se montará em caráter de urgência uma estrutura capaz de produzir kits rápidos para exame sorológico e de identificar a presença de anticorpos contra o vírus zika em amostras de sangue. Com isso, será possível detectar se um indivíduo já foi infectado pelo vírus. É o passo mais importante para a prevenção da microcefalia e das doenças neurológicas causadas pelo zika vírus.

E seria apenas o Aedes aegypti o único vetor da dengue, da zika e do chikungunya? Ou há outros insetos comuns que também podem transmitir os mesmos vírus? Humanos infectados podem retransmiti-los por via sexual e pela saliva – um beijo, por exemplo?

São dúvidas que ainda dependem de comprovação. O Instituto Carlos Chagas trabalha também para elucidá-las. Por isso, Curitiba foi escolhida para ser a sede, já nos próximos meses, de um congresso internacional que reunirá pesquisadores e autoridades sanitárias de todo o mundo.

Fruet designou o médico Gerson Martins (vice-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética) como coordenador do grupo de trabalho de apoio ao ICC. Faz parte do grupo também o ex-ministro Euclides Scalco, presidente da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas.

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