Os ventos mudam de direção sem aviso prévio. Quem ontem era contra o impeachment hoje vira a favor ou vice-versa – como mostram as ciclotímicas previsões de votos na sessão da Câmara dos Deputados que decidirá (ou não) pela defenestração de Dilma da Presidência neste domingo.
Mudar de ideia não é pecado. Ao contrário, nunca mudar pode ser sintoma de outro mal, o fanatismo. Mas no caso do impeachment o que impressiona é a evidência de que a dança obedece mais ao ritmo das conveniências pessoais, da esperteza e do oportunismo.
É difícil identificar aqueles que trocam o passo inspirados em nobres razões ou porque se convenceram quanto aos fatos jurídicos que fundamentam o impeachment. Carreira, cargos e votos são mais importantes.



