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O próximo presidente da Assembleia Legislativa será o deputado Valdir Rossoni, presidente estadual do PSDB e um dos artífices do lançamento e da campanha que levaram Beto Richa a alcançar o governo estadual. A decisão teria sido tomada pelo próprio governador eleito em conjunto com os engenheiros políticos do seu mandato e com outros interessados. Dentre os demais interessados, o deputado Durval Amaral (DEM), que também aspirava a presidência do Legislativo.

Até anteontem, Rossoni e Amaral concordavam em não enfrentar um ao outro na disputa pelo cargo máximo da Assembleia. Ambos consideravam que o momento mais propício para discutir o assunto só ocorreria após a escolha do secretariado de Beto Richa.

Ontem, porém, as coisas se precipitaram um pouco: para evitar a eventualidade de uma guerra surda e desgastante daqui para a frente, deliberou-se que Rossoni ficará na Assembleia e que Amaral esperará num cargo do governo (provavelmente a Casa Civil) a sua nomeação para conselheiro do Tribunal de Contas.

Os dois ficaram satisfeitos com a solução salomônica – livrando Beto Richa de ser submetido à "escolha de Sofia", aquela em que uma mãe, para salvar a vida de um filho, se vê na dramática contingência de entregar à morte o outro filho.

Com sua escolha para a presidência da Assembleia, Rossoni terá a oportunidade de colocar em prática o projeto – anunciado no auge da crise dos Diários Secretos – de promover mudanças profundas na administração da nossa Casa de Leis para evitar a repetição de práticas de triste memória.

Mas há outras consequências, já também pensadas pelos engenheiros políticos empenhados em colocar cada um no seu quadrado: como a bancada de situação terá maioria, outros cargos importantes (não todos) da mesa da Assembleia serão também destinados a integrantes dos partidos que formaram a coligação eleitoral.

Assim, por exemplo, ao DEM caberia a 1.ª secretaria e o titular seria o deputado pontagrossense Plauto Miró Guimarães. Não significa, porém, que o atual ocupante dessa estratégica posição, deputado Alexandre Curi (PMDB), já tenha sido convencido a não disputar a reeleição, mesmo porque, na pré-campanha eleitoral, foi um dos que mais torceram para viabilizar a eleição de Beto Richa.

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Olho vivo

Que pena

Na última hora, sem maiores explicações, a Sanepar decidiu cancelar a assembleia-geral extraordinária que realizaria ontem. Conforme edital que publicou na semana passada, a assembleia destituiria alguns dos membros do Conselho de Administração e ao mesmo tempo nomearia substitutos. A manobra teria por objetivo facilitar a aprovação de milionários pagamentos para empreiteiras que se dizem credoras da empresa.

Inutilidade

Continua a quebra de braço entre o atual e o futuro governo. A reclamação vem, de novo, do líder de Beto Richa na Assembleia, deputado Ademar Traiano, que "reagiu com preocupação e considerou inoportuna a publicação de grande parte dos editais" do governo ontem na Gazeta do Povo. Os editais prevêem a contratação de serviços, construções e compras que totalizam R$ 40 milhões. Traiano ficou mais preocupado com o edital que destina R$ 27 milhões para o projeto de rodovias interportos, que inclui a ponte sobre a Baía de Guaratuba. Segundo ele, este é um dos "projetos que correm o risco de sequer sair do papel" e, portanto, inúteis.

De fora 1

Boletim eletrônico produzido pelo PDT nacional informou ontem que o presidente licenciado da sigla, Carlos Lupi, vai reivindicar sua permanência no Ministério do Trabalho no governo de Dilma Rousseff. Além desse cargo, "o PDT pode colaborar com quadros experientes em vários setores, especialmente na área social, de minas e energia, petróleo", disse ele. Não citou o Ministério da Agricultura entre seus sonhos de consumo. O que pode significar que Lupi deixou de pensar num pedetista também no Ministério da Agricultura – no caso, o senador Osmar Dias.

De fora 2

Lupi, como se recorda, fez plantão 24 horas ao longo de várias semanas para convencer Osmar a candidatar-se ao governo (em coligação com Dilma) e não à reeleição para o Senado na chapa de Beto Richa e José Serra. Testemunhas recordam que ficara implícito o acordo de que, se derrotado na disputa pelo governo, Osmar teria lugar garantido na Agricultura.

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