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Independentemente das reclamações de representantes do próximo governo, o governador Orlando Pessuti deu instruções ontem ao seu secretariado para que acelere o ritmo de trabalho até o fim do mandato, mesmo que isto tenha como consequência interferir nos planos e no orçamento do seu sucessor.

A orientação ao secretariado foi dada horas antes de o próprio Pessuti presidir a primeira reunião das equipes encarregadas de fazer a transição de governo. Ele garantiu aos representantes de Beto Richa – que não estava presente ao encontro – que a proposta orçamentária do próximo ano, embora já tenha sido encaminhada à aprovação da Assembleia, ainda poderá receber as adequações que forem consideradas necessárias.

Mas não abriu mão de algumas prerrogativas que diz serem suas, como a de terminar o mandato (restam-lhe menos de dois meses) com o "mesmo entusiasmo como se o estivesse iniciando", para justificar os projetos que lançou a despeito das críticas que tem recebido de integrantes do futuro governo.

Citou como exemplo o caso do projeto de criação da De­­fensoria Pública, em tramitação na Assembleia. "Se o Requião em 10 anos de mandato e o Lerner em 8 anos não quiseram mandar o projeto da Defensoria, eu nestes 7 meses mandei. Sou favorável que se vote, mas se não quiserem votar, paciência, não é comigo que terão contas a ajustar, mas com o povo do Paraná", declarou.

Os representantes de Beto deixaram com Pessuti um questionário de 165 perguntas sobre a situação do estado. E deram prazo até dia 11 para que sejam respondidas.

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Olho vivo

Cavalar 1

Depois de deixarem o conforto do lar que habitavam na granja do Canguiri, os cavalos que que faziam a alegria matinal do ex-governador Roberto Requião estariam agora ameaçados de inanição. Os animais foram colocados sob os cuidados da Polícia Militar e levados para o parque estadual equestre Anibal Khoury, em Almirante Tamandaré – cujo pasto, no entanto, lhes estaria sendo insuficiente para saciar a fome. Eles estariam carentes de alimentação suplementar à base de alfafa e aveia para manter a saúde e as forças.

Cavalar 2

O deputado Jocelito Canto (PTB) viu ontem, na televisão, a notícia sobre o sofrimento dos cavalos e ficou preocupado. Por isso ontem mesmo assinou um requerimento dirigido ao governador Orlando Pessuti solicitando que confirme ou negue a notícia. O parlamentar desconfia que o governo suspendeu as compras de ração, alfafa e aveia – dieta a que estavam acostumados Proletário e Sargento – dois dos exemplares de boa raça que faziam parte da cavalaria de Requião.

Cavalar 3

Imagina-se que a merenda escolar esteja em dia, pois o deputado não solicitou informações a esse respeito.

Sem mágoas

Os deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Durval Amaral (DEM) – ambos pretendentes a ocupar a presidência da Assembleia na próxima legislatura – firmaram ontem um acordo de cavalheiros: não lançarão suas candidaturas antes da definição do secretariado pelo governador eleito Beto Richa. Só depois. A expectativa é que um deles seja chamado a compor a nova equipe de governo, o que liberaria o outro para disputar o cargo de presidente da AL. Mais: acordaram também que, definido o candidato, um apoiaria o outro. Civilizadamente, sem mágoas.

Fatura 1

Repousa sobre a mesa do governador Orlando Pessuti uma conta no valor de R$ 1 bilhão que lhe foi apresentada pelos donos das empresas de ônibus que operam as linhas intermunicipais no Paraná. Este é o valor que perderiam caso seja levado adiante o plano de realizar uma licitação para não só organizar o sistema, como também, para cumprir determinação judicial que obriga o estado a legalizar as concessões. As empresas operam há décadas sob o regime de permissão, mas a Constituição obriga o governo a licitar as linhas. O DER já deu o primeiro passo ao lançar edital para contratar a elaboração de um plano diretor para o transporte intermunicipal para, em seguida, licitar as linhas.

Fatura 2

Caso percam (parcial ou totalmente) suas linhas, as empresas já calcularam o prejuízo que teriam e acreditam que o Erário teria de indenizá-las. Pessuti, que está pessoalmente sujeito a uma multa diária de R$ 10 mil por descumprimento da decisão judicial, já avisou: não vai pagar a fatura, e as empresas que procurem seus direitos na Justiça.

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