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Os dois principais adversários de Beto Richa (PSDB) apostam que a eleição para o Palácio Iguaçu terá segundo turno. Os senadores Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) pretendem chegar à segunda etapa de votação e, numa possível disputa direta com o governador, agregar os votos do concorrente que ficar em terceiro. Com isso, acreditam, poderiam vencer a eleição. Se é assim, em tese, no momento atual, os alvos preferenciais de Requião e Gleisi deveriam ser exatamente eles próprios, um contra o outro, visando a assegurar para um deles a primazia de disputar o segundo turno contra Richa. Mas ambos enfrentam a dificuldade para calibrar o discurso, pois, embora sejam adversários no plano regional, são "aliados" para reeleger Dilma Rousseff à Presidência. Por isso, os ataques mútuos estão sendo contidos: Gleisi evita críticas a Requião, assim como este pouco se aventura a atacar Gleisi. O que faz "sobrar" para Richa a maior parte dos petardos que os dois disparam, na esperança, até, de levá-lo a um 3.º lugar. Dependendo, porém, dos resultados das primeiras pesquisas eleitorais, a estratégia pode mudar: a troca dos maiores sopapos passará a ser entre Requião e Gleisi.

Olho vivo

• Fúria 1

O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo do estado, deixou claro ontem – pela enésima vez – o desrespeito que devota à imprensa e aos seus profissionais e, por consequência, à própria opinião pública. Numa entrevista ao vivo no estúdio de uma emissora de rádio de Cascavel, desequilibrou-se emocionalmente diante de uma pergunta que julgou impertinente. Alterou a voz, ofendeu o jornalista, deu a entrevista por encerrada e abandonou o estúdio.

• Fúria 2

Acessos de fúria como o que protagonizou em Cascavel não são novidade no relacionamento de Requião com a imprensa. Quando governador, quase fraturou o polegar de um repórter de televisão porque também não gostou da pergunta. Depois, já nos primeiros dias de seu mandato de senador, em 2013, virou notícia nacional ao confiscar o gravador de um radialista de Brasília. Devolveu o aparelho, com a gravação apagada.

• Contra-ataque 1

Colocado diante da revolta dos prefeitos, que reclamam dele atitudes mais piedosas no julgamento de suas contas, extraoficialmente o Tribunal de Contas do Paraná disponibiliza informações que, aparentemente, são destinadas a desqualificar o movimento dos municípios. E evitar que a Assembleia promulgue lei que torne mais amenas as punições por irregularidades cometidas nas administrações municipais. As multas recaem sobre a pessoa física dos prefeitos.

• Contra-ataque 2

O presidente da Assembleia, Valdir Rossoni, se sensibilizou com as reclamações dos prefeitos e prometeu à Associação dos Municípios do Paraná (AMP) colocar em pauta já na semana que vem um projeto pondo limites à atuação do Tribunal de Contas.

• Contra-ataque 3

O próprio líder do movimento de protesto, o presidente da AMP, prefeito Luiz Sorvos, estaria lutando em causa própria, pois sobre ele pesam punições por irregularidades.

• Contra-ataque 4

Os alcaides respondem: não querem mais do que um tratamento isonômico: se o TC aprova as contas e não multa governadores que não aplicam o mínimo constitucional em saúde pública, por que os prefeitos são punidos por cometerem idêntica falha?

• Urticária 1

Causou urticária no andar de cima a operação desencadeada ontem contra o jogo do bicho em Curitiba – exatamente quando se inicia a campanha eleitoral. Uma "fortaleza" situada no bairro do Prado Velho e meia centena de pontos de coleta de apostas foram invadidos por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Econômica (Nurce). Sessenta agenciadores foram enfiados em camburões. Nenhum "chefão". O Palácio Iguaçu não foi avisado.

• Urticária 2

A última operação do tipo foi há dois anos, mas a iniciativa – estranhamente – partira da Polícia Federal. Foi entendida, na época, como um recado para que a polícia estadual (a quem legalmente compete o combate a este tipo de contravenção) passasse a agir. A contravenção não preocupa, mas sim a possível identificação de autores do crime de lavagem.

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