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Olho vivo

• Tudo ou nada 1

O conselheiro Ivan Bonilha acha que não há nada de errado com a licitação do governo do estado para a implantação do projeto Tudo Aqui – nove unidades de atendimento ao público que uma empresa privada administraria ao custo previsto de R$ 3 bilhões durante 25 anos (prorrogáveis por mais 25). O Diário Oficial do Tribunal de Contas publicou despacho de Bonilha, que derruba decisão anterior de outro conselheiro, o agora presidente do TC, Artagão de Mattos Leão, que havia determinado a suspensão da concorrência.

• Tudo ou nada 2

O processo foi arquivado – o que, em tese, permitiria ao governo retomar o processo de licitação. Mas não é bem assim: com o arquivamento no âmbito do TC, o Tribunal de Justiça pode, agora, julgar a ação popular que a bancada de oposição na Assembleia propôs questionando a legalidade do projeto. Enquanto essa ação não for apreciada, o Tudo Aqui não sairá do lugar.

• Exclusiva 1

A prefeitura de Curitiba considera como aprovado o teste de implantar faixa exclusiva para as 12 linhas do transporte coletivo urbano e metropolitano que utilizam a Rua XV de Novembro, entre a Praça das Nações e a Rua João Negrão. As últimas medições indicam que a velocidade média dos ônibus aumentou consideravelmente: quem vem de Pinhais para chegar ao centro de Curitiba ganhou pelo menos dez minutos para fazer o trajeto.

• Exclusiva 2

Diante do resultado da primeira experiência, uma nova faixa exclusiva será criada na Rua Alferes Poli, via que serve a uma dezena de linhas. A Urbs estima que os inconvenientes para o comércio local serão menores, pois são poucos os trechos reservados para estacionamento de automóveis – ao contrário do que aconteceu na XV de Novembro.

Alvíssaras! O Tribunal de Justiça se compromete a liberar nos próximos dias o pagamento de R$ 520 milhões em precatórios – muitos deles datados da última década do século passado. O valor, embora alto, é pouco mais da metade do que o TJ mantém guardado – quase R$ 1 bilhão. Outros R$ 480 milhões continuarão retidos por tempo incerto, no aguardo de revisão, ou porque ainda dependem de acordos entre contribuintes e o governo do estado.

Precatórios são títulos representativos de condenações judiciais que o estado sofreu por não pagar dívidas – fenômeno que não nasceu agora. Que o digam milhares de servidores públicos que há 20, 30 anos moveram ações trabalhistas contra o estado, ganharam na Justiça, mas morreram antes de ver a cor do dinheiro. São seus herdeiros que hoje reclamam o pagamento. Pessoas que tiveram imóveis desapropriados ou fornecedores de bens e serviços que não receberam a devida paga se incluem entre as vítimas que ficaram por muito tempo abanando seus precatórios no limbo da obscuridade. Pois bem: depois de muito enrolar ao longo de sucessivos governos, o estado passou a cumprir a lei que o obriga a reservar uma parte do orçamento para honrar precatórios. De grão em grão, os pagamentos foram sendo entregues ao Tribunal de Justiça (que é o ente final que libera os valores aos credores). Até ontem, os depósitos somavam exatos R$ 999.500.941,00. Uma fortuna que o TJ aplica em fundos rentáveis enquanto sua burocracia confere cada processo.

Agora, informações confirmadas pela Central de Precatórios do TJ garantem que estão próximos os dias em que vai pagar R$ 520 milhões, importância que inclui credores preferenciais (sexagenários e portadores de doenças graves). Com isso, espera zerar a maior parte da lista de espera.

Depois desta fornada, o TJ promete liberar outra, de R$ 198 milhões, referente ao ressarcimento determinado pelo governador Beto Richa após cometer apropriação indébita de depósitos judiciais não tributários, denunciada pela OAB-PR. Nela inscrevem-se credores classificados conforme o valor que têm a receber – do menor para o maior, nessa ordem. Mais complicada é a situação de contribuintes que compraram precatórios de terceiros para com eles saldar dívidas tributárias com o Fisco estadual. São R$ 280 milhões nessa terceira espécie. Esses inadimplentes firmaram acordos com a Fazenda de ir pagando parceladamente suas dívidas até que o governo calcule com exatidão o valor de seus débitos, para só então aceitar os precatórios como parte (ou o total) da quitação dos tributos. Nesse caso, a demora é do estado.

Se tudo der certo, a economia do Paraná será irrigada em breve com pelo menos R$ 720 milhões. Parte do valor voltará aos cofres públicos na forma de impostos. No fim, um bom negócio também para as combalidas finanças estaduais.

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