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Há governos que deixam heranças benéficas para futuras gerações, outros que passam em branco. Na última terça-feira, esta coluna se dedicou ao tema. Fez um giro histórico pelos últimos 60 anos de administrações cujos feitos são até hoje reconhecidos. A coluna registrou também a opinião de um experiente (existe superlativo para experiente?) político de Londrina que, outro dia, advertiu o governador Beto Richa de que teria dificuldades para se reeleger porque não fincou bandeiras que marcassem sua gestão.

O deputado Luiz Cláudio Romanelli – um dos líderes da ala do PMDB que defende a aliança do partido com Richa para levá-lo à reeleição – pegou o gancho para, da tribuna, contestar a opinião abalizada do político londrinense, conhecedor como poucos dos humores do eleitorado. Segundo Romanelli, há um engano na análise: Richa deixará como marca do seu mandato o fato de, segundo se afirma, ter atraído R$ 30 bilhões em investimentos privados para o Paraná.

Entretanto, Romanelli reconheceu uma verdade até então inédita nos cansativos, vazios discursos que se enfileiram diariamente nas sessões plenárias da Assembleia: o Paraná está sem agenda, proclamou o deputado, até 15 dias atrás ocupante da secretaria estadual do Trabalho e que, no governo Requião, atuou como seu combativo líder.

Romanelli pode ter mudado radical e convenientemente de lado político, mas está cheio de razão quando reconhece que nem mesmo o atual governo foi capaz de estabelecer um projeto estratégico de estado – um plano de obras e ações que assegure o desenvolvimento sustentado para os próximos 10, 20 anos ou para gerações ainda mais longínquas.

Não tendo agenda, sequer sabe o que reivindicar da União, nem com que prioridades e muito menos a que valores. Romanelli não falou, mas deve ter pensado: ficar derramando lágrimas pela suspeita de que sofre discriminação política, que dificulta até a obtenção de empréstimos de efeitos fugazes, certamente não é a melhor herança que um governante deve deixar.

Olho vivo

• É fogo! 1

O pânico tomou conta do Porto de Paranaguá na tarde de anteontem. Velhas correias de borracha que fazem o vaivém de graneis entre armazéns e navios atingiram altas temperaturas e produziram muita fumaça negra. Imaginava-se, num primeiro momento, que se iniciava um incêndio catastrófico para as instalações do corredor de exportações. As correias foram imediatamente desligadas, enquanto bombeiros e voluntários lutavam para que o acidente não se transformasse numa tragédia capaz de paralisar o Porto por tempo e prejuízos incalculáveis.

• É fogo! 2

Calculável, no entanto, é o tempo: já faz um ano que adormece na secretaria de Infraestrutura e Logística um projeto para substituir as atuais correias, instaladas há 40 anos, por novas, mais modernas e velozes. Recursos (do próprio Porto) existem para a obra. O que tem faltado, pelo jeito, é tempo para que o projeto seja examinado, aprovado e autorizado pela SEPL.

• Dilma vem aí

A presidente Dilma Rousseff deve agendar para o próximo dia 15 de maio uma visita a Curitiba. Vem para o lançamento oficial do edital para a construção do metrô e inaugurar obras. A minuta do edital foi entregue ontem à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para análise e parecer de seus técnicos para que, segundo o prefeito Gustavo Fruet, haja o menor risco possível de ser contestado judicialmente. Depois de lançado, as obras devem começar antes do fim do ano.

• Atraso

Empresas de ônibus que fazem a ligação dos municípios servidos pela Rede Integrada de Transportes esperneiam: estão sem receber a parte que lhes cabe desde o último dia dez – um atraso, portanto, de quase quinze dias (meio mês). É que o governo do estado não depositou na Urbs, naquela data, o subsídio mensal de R$ 7,5 milhões com que se comprometeu. Pelo convênio entre a Comec e a Urbs, esta se desobriga de repassar o valor para as metropolitanas, mas cumpre o que deve com as urbanas que atendem exclusivamente os curitibanos.

• Bio Bio Competitivo

Num levantamento que abrangeu toda a América do Sul, o britânico Financial Times, bíblia do jornalismo econômico, coloca o Paraná na 12ª posição entre os lugares mais promissores para investimentos privados. Fica atrás de São Paulo (1º lugar) e do Rio Grande do Sul e Minas Gerais (9º e 11º, respectivamente). Mas ganha de Bio Bio, gelada província do Sul do Chile, frequentemente assolada por terremotos, que ficou na 13ª posição. Haveria lá um programa chamado Bio Bio Competitivo?

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