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Este movimentado período pré-eleitoral no Paraná está mais para um baile de música tecno do que de valsas vienenses: os pares não se juntam e nem trocam passos coordenados de dança. O salão está superlotado de candidatos e partidos, todos à procura dos pares ideais, mas a maioria se recusa a sair para a contradança. Como diria o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, repetindo o cacoete verbal "assim não dá! assim não pode!"

Vejamos as situações:

• Osmar Dias, do PDT, esperava dançar a música do PSDB, partido que lhe prometia oferecer a mão de Beto Richa. No fim, os tucanos deixaram Osmar tomando chá de cadeira e puseram Richa a dançar sozinho no salão.

• O PT, vendo Osmar disponível e ansioso, ofereceu-lhe o salão – desde que, porém, aceitasse a companhia de Dilma Rousseff. O senador aceitou a companhia, mas para dançar colado preferia Gleisi Hoffmann. Esta, contudo, ao contrário do que exigem as valsas, considerava mais apropriado manter certa distância e praticar os passos da dança senatorial.

• Enquanto isso, o PMDB fingia ter seu próprio dançarino, o então vice Orlando Pessuti, mas lançava olhares cobiçosos para o vizinho Beto Richa. Pessuti fingia que não via o flerte e esperava a hora de vestir o atraente terno novo de governador, quando poderia mostrar que, além de cantar, sabe também dançar em qualquer ritmo.

• O PT, agora, parece encantado com a performance de Pessuti, que por sua vez responde com piscadelas de aceitação, provocando ciúmes dentro da própria casa.

Brincadeiras à parte, o fato é que ninguém se entende. Excetuando-se Beto Richa, já em campanha frenética pelo interior, esperando pelas adesões que fatalmente receberá na mesma medida em que subirem seus índices no Ibope, os demais candidatos ainda esperam por seus pares. Desconfiam que não sabem e nem podem dançar sozinhos.

Esta situação, porém, tem tempo certo e curto para acabar. Estamos em maio – a pouco mais de um mês do fim do prazo determinado pelo calendário eleitoral para que se realizem as convenções partidárias. Antes disso, todos os interessados em participar do grande baile eleitoral terão de achar seus pares ideais – ou talvez se não tão ideais, pelo menos possíveis em razão das complicadas e conflituosas relações entre eles.

Olho vivo

Quem paga 1

Um dos últimos atos do Conselho de Administração da Sanepar, antes da troca da maioria de seus membros determinada pelo governador Orlando Pessuti, foi aprovar a contratação de um grande escritório de advocacia sem licitação. O escritório Juqueira Ferraz & Advogados receberá R$ 25 mil para "acompanhamento, realização de audiências e interposição de recursos na esfera administrativa" no processo administrativo sancionador RJ 2008-12216.

Quem paga 2

Sabe do que se trata este processo? É aquele caso em que o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, na condição de pessoa física, foi multado em R$ 200 mil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por falar publicamente o que não devia. Numa "escolinha", ele revelou planos de investimento da empresa, coisa que só poderia fazer após a publicação de Fato Relevante, conforme determina a Lei das Sociedades Anônimas. A tradução é: os contribuintes é que pagam pela imprudência do agente público.

Veto cai

Numa sessão marcada por provocações e muito bate-boca, os deputados derrubaram na sessão de ontem da Assembleia o veto do ex-governador Roberto Requião contra projeto do deputado Ney Leprevost que obriga o governo a equipar os hospitais com mamógrafos. A lei fica valendo.

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