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Mais do que simplesmente anunciar que estava ingressando no PDT, o ex-tucano Gustavo Fruet mostrou na entrevista coletiva que concedeu ontem sua decisão de marcar território: é candidato a prefeito de Curitiba em clara oposição ao atual, Luciano Ducci, com quem vai disputar a eleição do ano que vem. E começou dando tonalidades fortes à postura que adotará durante a campanha.

O exemplo mais marcante no discurso de Fruet para demonstrar a distância que o separa da situação se resume nesta frase: "Ducci e Derosso são faces da mesma moeda" – uma clara alusão a ligações do prefeito com o presidente da Câmara, vereador João Cláudio Derosso, acusado de cometer grossas irregularidades na administração do Legislativo Municipal. Derosso já estava escalado para ser o vice na chapa de Ducci – repetindo-se em sentido inverso a mesma dobradinha PSDB/PSB que elegera Beto Richa duas vezes – quando as denúncias sepultaram o projeto.

O tom oposicionista seguiu com outras afirmações críticas à administração municipal. Citou o caso Consilux – a empresa que prestava serviços de fiscalização eletrônica do trânsito e com a qual, sem obedecer às regras mínimas do direito e da prudência, a prefeitura rompeu contrato e sujeita-se agora a pagar indenização milionária.

Mais adiante falou da lentidão e da incapacidade demonstrada pela prefeitura em dar solução ao destino do lixo da cidade. E também lamentou o descaso a que tem sido relegado o Ippuc nas últimas gestões, organismo de planejamento urbano de Curitiba que teve papel decisivo na formatação do modelo desenvolvimento da cidade. "Está na hora de refundar a cidade", disse ele.

Alianças só no ano que vem

PDT e PV eram os dois partidos que ainda disputavam na últimas semanas a assinatura de Gustavo Fruet na ficha de filiação. A opção final foi pelo PDT, mas, segundo ele, não sofreram desgaste as boas relações que mantém com o PV, cujo programa em defesa da sustentabilidade coincide com o que sempre defendeu. "As alianças serão pensadas no ano que vem, mas tenho esperança de que o PV fará parte da frente de oposição", disse. "Outros partidos poderão compor a aliança, como o PT, mas a decisão caberá a cada um deles", afiançou.

O presidente estadual do PDT, Osmar Dias, não esteve presente à entrevista, mas distribuiu carta de boas-vindas ao novo filiado. Diz num trecho: "É um privilégio contar com um companheiro que, ao longo de 12 anos como deputado federal, conquistou o reconhecimento dos eleitores, dos parlamentares, da imprensa e de toda a sociedade por seu trabalho competente e sério. Por suas inúmeras qualidades como homem público, Gustavo Fruet filia-se ao PDT para ser o nosso candidato a prefeito de Curitiba."

Osmar marcou para dia 6 de outubro a festa de filiação e lançamento da candidatura de Gustavo.

Ducci à procura de um vice

Descartada a chance de ter Derosso como seu vice, e não enxergando nos quadros do PSDB um outro político em condições de assumir a vaga, o grupo do prefeito Luciano Ducci procura solução em outras legendas da base. Nas últimas semanas, tinha-se como certa a indicação do secretário municipal e deputado estadual (licenciado) Osmar Bertoldi, do DEM.

Voltaram ontem, no entanto, a crescer as chances do deputado Ney Leprevost logo após a decisão do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) reconhecendo o PSD como partido apto a participar das eleições no ano que vem. Leprevost estava filiado ao PP, mas aceitou ser o presidente da comissão provisória no novo partido em Curitiba com a incumbência de viabilizar a formação de chapa própria ou compor a aliança de Luciano Ducci.

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