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Olho vivo

Insistência 1

Já se contam em dias o fim de Requião como governador do estado. Ele deixa o posto no início de abril – mas há quase oito anos ele já deblaterava contra a dívida do estado junto ao Banco Itaú e contra as multas que se vê obrigado a pagar à União por conta da inadimplência. Foi à Justiça, apelou pessoalmente várias vezes ao presidente Lula, e nada conseguiu. Repetiu-se até agora, neste caso, o mesmo que sucedeu com o "baixa ou acaba" do pedágio. Isto é, nada.

Insistência 2

Mas ontem, na "escolinha", como que reconhecendo um fracasso pessoal, pediu aos deputados e senadores do Paraná para que participem do esforço para resolver o problema. Segundo ele, só em repasses federais, o estado deixou de receber cerca de R$ 253 milhões no período. "Gostaria de conhecer a manifestação de todos os supostos candidatos a respeito desta pendência do Banco Itaú com o Paraná", disse, certamente aí incluído Osmar Dias que, como senador, já tentou livrar o Paraná do abacaxi. Igualmente sem resultado, diga-se de passagem.

Enigmas

"Governar com seriedade é difícil. Exige muita firmeza e persistência", escreveu o governador em seu Twitter, ontem. Deixou, porém, de esclarecer se conseguiu vencer a dificuldade. Outro post enigmático: "Juízes param obra da Sanepar compra da draga em Paranaguá. Ruim para o Paraná (sic)". É verdade?

Por que desperdiçar a oportunidade de eleger Gleisi Hoffmann senadora se o PT tem outros bons nomes a oferecer para vice de Osmar Dias? Essa era a pergunta que se faziam alguns altos petistas em Brasília ontem após, mais uma vez, ouvir o PDT insistir na ideia de que a aliança com o partido só será boa se Gleisi sair da disputa pelo Senado.

Nã-na-ni-na-não!, bradou a própria, não sem antes, contudo, cumprir o ritual da civilidade: "Fico muito honrada com a lembrança do meu no­­me, mas entendo que uma boa aliança se faz em torno de programas e não de nomes", afirmou. Para acrescentar em seguida: o PT tem um programa de governo e um projeto político prioritário, que é o de dar continuidade ao governo do presidente Lula elegendo para sucedê-lo a ministra Dilma Rousseff.

Glesi lembrou que foi do PT a iniciativa de buscar no Paraná os partidos da base para constituir uma aliança que pudesse fortalecer esse projeto. O PDT foi um deles. O PT, a pedido do próprio presidente Lula, ofereceu seu apoio a Osmar Dias. Entretanto, até o momento, os pedetistas paranaenses não manifestaram nenhuma disposição para assumir compromisso com os programas do PT e com a eleição de Dilma Rousseff. Ao contrário, só se tem notícia é de que algumas alas do PDT ainda trabalham para ressuscitar a aliança com o PSDB na esperança de que o prefeito Beto Richa ceda o lugar de candidato da oposição ao senador Osmar Dias.

Para ela, não será a retirada de sua candidatura ao Senado para aplainar o caminho de Requião – como imagina o PDT – que irá trazer o PMDB pa­­ra a aliança em favor de Osmar Dias. "O governador Requião nunca nos pediu isso; além disso, ele não é um político que tenha medo de disputar eleições."

Se o problema é o vice, o PT tem outros nomes

Diante disso tudo, Gleisi acha prematura qualquer discussão sobre quem deve ser o vice de Osmar Dias. A prioridade, insiste, são os compromissos recíprocos em torno de programas de governo. Mas se o problema é achar um vice petista, seu partido tem outros nomes a oferecer, dentre os quais a presidente estadual do partido cita Jorge Samek (diretor-geral de Itaipu), o deputado Ângelo Vanhoni e o próprio marido, o ministro Paulo Bernardo.

Sua candidatura ao Senado, por outro lado, é estratégica para o partido. "Como candidata a vice, tenho pouco a oferecer em termos eleitorais. Mas, como candidata ao Senado, uma eleição majoritária, crescem as chances de o PT, nas proporcionais, ampliar suas bancadas de deputados estaduais e federais", argumenta.

E vai mais fundo em suas dúvidas sobre a insistência do PDT em tê-la como vice: "O PDT comete um equívoco ao imaginar ser essa a única estratégia para se agarrar, pois esquece que o grande eleitor chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. É ele, e não qualquer candidato a vice-governador, que mais vai pesar na decisão dos eleitores".

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