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Em março passado, a empresa brasiliense NTC venceu concorrência de R$ 32 milhões para implantar sistema informatizado de gestão orçamentária, financeira e contábil da Paraná Previdência. Antes, a mesma NTC ganhara licitação semelhante da Assembleia Legislativa do Paraná. E, antes ainda, a NTC vencera certame parecido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Neste último caso, houve confusão e profusão de suspeitas levantadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que detectou supostas irregularidades que teriam favorecido a NTC.

Pois bem: um dos então conselheiros do CNJ que aprovaram o resultado da licitação considerado irregular era o consultor legislativo do Senado Bruno Dantas – o mesmo que, agora, aparece como o mais votado para ocupar vaga de ministro do TCU. Isto é, conforme noticiou ontem esta Gazeta, o possível novo ministro do TCU teve sua atuação questionada pelo próprio TCU.

Coisas do Brasil, diriam os mais conformados. Mas os inconformados ainda não tiraram os olhos da concorrência da Paranáprevidência. Primeiro, questionam se o valor do investimento (R$ 32 milhões) é de fato compatível com a dimensão dos serviços a serem prestados; se o órgão previdenciário do funcionalismo precisaria gastar tal montanha para se autogerenciar; e se são confiáveis os dados de que se valeu para fixar o preço máximo a pagar.

De fato, quando pensou em contratar uma empresa de informática para montar seu sistema, a Paranáprevidência procurou o ICI (Instituto Curitiba de Informática) para dele obter os primeiros parâmetros, incluindo o de preços. Em novembro de 2013, o presidente do ICI respondeu à consulta da Paranáprevidência, dizendo que, se fosse ele a prestar o serviço, cobraria R$ 35 milhões.

O que Bruno Dantas, o possível futuro ministro do TCU, tem a ver com a vitória da NTC na licitação feita no Paraná? Talvez nada, talvez uma simples coincidência – mas tão curiosa quanto o fato de a Paranáprevidência ter procurado a orientação do tão questionado ICI.

Olho vivo

• Cardápio 1

Enjoados dos cardápios servidos na redondeza e incomodados com a falta de privacidade e dos ouvidos atentos dos comensais vizinhos, os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná decidiram ter o seu próprio restaurante. Estão dispostos a gastar R$ 1.114.914,41 para reformar as antigas instalações do refeitório que funcionava no sub-solo do TCE. O edital de licitação já foi lançado, conforme o Aviso 02/2014 publicado no Diário Oficial do dia 28.

• Cardápio 2

Segundo o processo administrativo interno, referendado pelo presidente do Tribunal, conselheiro Artagão de Mattos Leão, "para que o restaurante seja ativado, adequando-se a tais legislações [vigilância sanitária etc.], é necessário uma reforma geral de suas instalações, através da contratação de uma empresa especializada para executar esta reforma". A Diretoria de Manutenção e Apoio Administrativo sugeriu o preço a ser pago, não dispensando nem mesmo os centavos.

• Cardápio 3

A abertura das propostas será no dia 3 de junho, declarando-se vencedora a empresa que se propuser a fazer o serviço por preço menor e que, ao mesmo tempo, demonstre a devida capacitação técnica.

• O Dia D 1

Após desistir de realizar prévias, o PMDB preferiu ir direto para a convenção, já marcada para o dia 10 de junho – 20 dias antes do prazo fatal determinado pela legislação eleitoral para que os partidos decidam candidaturas e alianças. Reina ainda a dúvida: que posição prevalecerá no voto dos 600 convencionais peemedebistas?

• O Dia D 2

Há dois territórios bem marcados no partido. Um é aquele que defende a aliança com o PSDB para ajudar na reeleição de Beto Richa, com a contrapartida, claro, de ter um dos seus como vice. Outro é o que luta por candidatura própria, posição que une os desafetos Roberto Requião e Orlando Pessuti. Se ganhar a fórmula da candidatura própria, ainda se verá a disputa entre os dois pela preferência dos convencionais.

• O Dia D 3

Os dois lados (ou três, se quiserem) cantam vitória. Pessuti, por exemplo, após viagem à Europa, volta nesta sexta-feira ao alto do escritório que montou no Centro Cívico para trabalhar na conquista de mais apoios – mas, ao mesmo tempo, orienta uma equipe que elabora seu plano de governo. Uma das ideias que já brotaram está a de construir grandes reservatórios no Noroeste visando não só à produção hidrelétrica mas, também, ao combate às secas frequentes que assolam a região.

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