A Polícia Militar do Paraná se rendeu: chegou à conclusão de que não dispõe de quadros para gerir o hospital próprio e está disposta a terceirizar a gestão para empresas privadas especializadas no ramo. Antes, quer sanear as finanças do Hospital da PM que, por falta de repasses que o governo do estado deixou de fazer desde agosto do ano passado, acumula mais de R$ 10 milhões em dívidas na praça.
O comando da PM e a Associação dos PMs (Amai) vêm mantendo entendimentos neste sentido com o governador Beto Richa e a secretária da Administração, Dinorah Nogara. Pelo andar da carruagem que sexta-feira avançou uma boa distância a tendência é de o governo abrir licitação para contratar instituição disposta a assumir a gerência do HPM.
Mas mesmo antes deste procedimento, a Cruz Vermelha já teria manifestado interesse provavelmente em parceria com o curso de medicina da Universidade Positivo. Além de ampliar a residência médica (objetivo principal da Positivo), o HPM oferece condições também para a ampliação dos negócios da Cruz Vermelha, embora seja instituição de natureza filantrópica. Desde o ano passado, quando passou a manter convênio com o Serviço de Assistência ao Servidor (SAS), multiplicaram-se clínicas privadas dentro e ao redor do velho hospital da Vicente Machado. O Ministério Público investiga se há irregularidades.
Mas há outras instituições do ramo dispostas a entrar na concorrência quando ela for lançada. Para o coronel Elizeu Furquim, presidente da Amai, lutador incansável pela sobrevivência do HPM, isso é um bom sinal. "Agora temos uma luz no fim do túnel", disse, acrescentando ser "uma pena que o hospital, com instalações excelentes, não preste serviços para a comunidade em geral".
Furquim citou os 17 leitos de UTI e o moderno laboratório de análises clínicas do HPM que vivem ociosos. "São bens construídos com recursos dos policiais militares, mas que podem servir também aos demais servidores públicos e à população carente de atendimento à saúde", frisou.
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