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Olho vivo

Na dúvida... 1

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni, defende a tese de que deve ser feita logo uma nova eleição para conselheiro do Tribunal de Contas para substituir o afastado (liminarmente) Fabio Camargo. O afastamento de Camargo se deu por ordem da desembargadora Regina Portes, que vislumbrou irregularidades cometidas pela Assembleia no processo da eleição que culminou com a escolha do filho de Clayton Camargo, o também afastado presidente do Tribunal de Justiça.

Na dúvida... 2

Faz todo o sentido a tese de Rossoni, pois representa um reconhecimento tácito de que, sim, houve irregularidade na eleição. Caso estivesse convicto de que nada de errado tivesse ocorrido, o certo seria fazer firme defesa da Assembleia. Preferiu não fazê-lo.

Guaraqueçaba 1

Enfim, Guaraqueçaba vai ter médico. Será um dos cubanos que desembarcaram ontem em Curitiba e que serão distribuídos entre municípios carentes do Paraná. Escondida no litoral paranaense, a pequena Guaraqueçaba está presente na história das primeiras povoações do Paraná – mas não tinha médico. Os que iam para lá duravam pouco por falta de condições mínimas para atender os pacientes, obrigados a atravessar a baía e buscar assistência em Paranaguá.

Guaraqueçaba 2

Mas houve o caso do médico paranaense Cesar Ramina, servidor no sistema penitenciário há 37 anos, que durante anos implorou para ir trabalhar lá. A chance lhe foi negada sob a justificativa de que era indispensável para cuidar de um aparelho quebrado de raios-X fabricado em 1948 e que, em tese, serviria para diagnosticar casos de tuberculose (comuns) entre presidiários. Azar de Ramina.

Estão paradas as obras de remodelação da Avenida das Torres. A paralisação, decorrente de atraso dos pagamentos das contrapartidas assumidas pelo governo do estado, pode comprometer a conclusão da Avenida das Torres antes da Copa do Mundo. A obra de requalificação da avenida em toda a sua extensão, isto é, do Aeroporto Afonso Pena até a Rodoferroviária de Curitiba foi incluída entre as mais importantes do PAC da Mobilidade-Copa.

Depois de três meses sem ver a cor do dinheiro referente à contrapartida do estado, as construtoras Empo, Tucumann, Marc e Marvillis, responsáveis por um dos dois lotes do corredor, decidiram levantar acampamento. Elas tocavam o trecho de 10 quilômetros entre o aeroporto e a divisa de São José dos Pinhais com Curitiba. Não há previsão de reinício das obras, mesmo porque provavelmente haverá necessidade de abertura de novo processo de licitação.

Pelo projeto original, toda a via, com extensão total de 18 quilômetros, deveria ser inaugurada em março do ano que vem, três meses antes do início da Copa. Mas agora já se sabe que dificilmente o cronograma será cumprido, principalmente em relação ao trecho de São José dos Pinhais, cujas obras apresentam o atraso mais comprometedor.

E também porque a secretária estadual da Fazenda, Jozélia Nogueira, focada na folha do funcionalismo, decidiu fazer o seu próprio "xoque de jestão" e determinou a suspensão de pagamentos a fornecedores do governo. Dentre esses até os devidos às operadoras de telefonia para a Segurança Pública e oficinas mecânicas que consertam as viaturas.

Mas não está livre de problemas também o lote da Avenida das Torres em território curitibano, entre o bairro do Guabirotuba e a divisa com São José dos Pinhais, sob gestão da prefeitura de Curitiba. As obras foram iniciadas em agosto, mas em seguida paralisadas pela empreiteira Empo, que venceu da licitação e uma das quatro que trabalhavam no primeiro trecho.

O contrato com a construtora foi cancelado pela prefeitura de Curitiba – gestora do convênio com o PAC – e uma nova concorrência vai acontecer nesta sexta-feira. Embora, neste caso, o motivo não tenha sido pontualidade nos pagamentos, já se contabiliza também um provável atraso de três meses.

Resumo da história: é grande o risco de os "milhões" de torcedores que virão a Curitiba para assistir aos jogos da Copa do Mundo encontrarem a principal via de acesso à capital em completo rebuliço, com obras em andamento ou ainda paralisadas.

Extraoficialmente, a Secretaria Estadual da Fazenda reconhece a falta de condições para honrar compromissos com as construtoras que abandonaram a Avenida das Torres. Não são as únicas; outras pararam até mesmo obras de hospitais. "Não temos caixa para quase nada que não seja para as folhas do fim do ano", confessa um desanimado técnico de carreira da secretaria, que pediu anonimato.

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