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Celso Nascimento

Para onde vai o PMDB

Será em junho, nos dias finais do prazo definido pela legislação eleitoral, a convenção estadual do PMDB – assim como a de todos os demais partidos. Mas se os peemedebistas tivessem se reunido ontem para definir sua posição em relação ao governo do Paraná em 2014, a maioria teria aprovado decisão em favor de candidatura própria. A análise é do ex-governador Orlando Pessuti, secretário-geral do partido no estado, ele próprio um declarado postulante da vaga de candidato.

Segundo ele, a tendência por candidato próprio já é hoje a majoritária dentre as três discutidas internamente. Há uma ala, formada principalmente por deputados estaduais, que prefere levar o partido a uma aliança pela reeleição de Beto Richa; outra defende que a legenda deva reproduzir no estado a posição nacional – isto é, permanecer ao lado do PT e, consequentemente, apoiar Gleisi Hoffmann.

A terceira tendência, ainda não definida oficialmente, é justamente a que vai prevalecer: trata-se da orientação que for emanada da direção partidária nacional no momento certo, presumivelmente até meados do primeiro semestre do ano que vem.

A propósito, Pessuti lembra que na eleição de 2010 o PMDB apoiou Dilma Rousseff e formou chapa com o PT, elegendo como vice-presidente da República o seu presidente de honra, Michel Temer. No Paraná, o partido, por determinação da direção nacional, contrariou uma ala de deputados que operava em favor de Beto Richa e entrou na aliança de Osmar Dias (PDT) com o PT. Requião, ao lado de Gleisi, foi candidato a senador na chapa.

A partir dessa realidade, pensa Pessuti, a orientação da cúpula nacional poderá ser qualquer uma – menos a de adotar a aliança com Beto Richa, já que este se encontra comprometido em apoiar e dar palanque a um adversário de Dilma, o tucano Aécio Neves, do mesmo partido do governador.

Por outro lado, sabe também a direção nacional peemedebista que a estratégia de Richa é a de evitar uma terceira candidatura, no caso a do PMDB – Requião ou Pessuti –, visando a assegurar um confronto direto com a petista Gleisi Hoffmann para decidir a eleição já no primeiro turno. Daí o afago que o governador, com algum sucesso, dispensa a boa parte dos 14 deputados da bancada peemedebista na Assembleia.

Em sentido contrário, segundo Pessuti, não estaria nos planos da cúpula nacional (e nem da maioria estadual) eliminar o protagonismo do PMDB no Paraná e prejudicar a aliança nacional com o PT.

Elucubrações à parte, o ex-governador Orlando Pessuti trabalha pela própria candidatura ao Palácio Iguaçu. Como secretário-geral da legenda, quer fechar nos primeiros meses de 2014 a conta de 399 diretórios ou comissões provisórias nos 399 municípios do estado. Com isso, pretende garantir que da convenção de junho participem pelo menos 600 delegados votantes – a maioria em favor de um candidato próprio e, preferencialmente, em favor do seu próprio nome.

Na outra trincheira

Enquanto isso, do lado do PSDB, salvo pela dúvida de trazer o PMDB para o seu lado, anda acelerada a montagem de uma grande frente partidária de apoio à reeleição de Beto Richa. Pelo menos dois partidos que, no plano nacional, pertencem à base do governo federal, estão decididos a ficar do lado oposto no estado. Além do PSD (legenda criada pelo ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab), também o PTB deve integrar a frente, conforme anunciou ontem, em Curitiba, o presidente nacional da legenda, o ex-deputado baiano Benito Gama.

Afora essas duas forças, os novos partidos Pros e Solidariedade (que juntos já formam uma das maiores bancada na Câmara Federal) também já ofeceram apoio – e seus tempos de televisão – ao PSDB de Beto Richa.

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