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Um discreto edital publicado pela Sanepar convoca assembleia-geral extraordinária para o próximo dia 4, às 10 horas. Há um único assunto a ser deliberado: destituição e eleição de membros do Conselho de Administração (CAD) – o organismo máximo da companhia, composto por nove integrantes titulares que representam os acionistas da empresa e ao qual se subordina a diretoria.

O edital pode não ser tão inocente quanto parece. Na verdade, por trás das pretendidas mudanças de nomes no conselho, estaria o descontentamento do acionista majoritário (leia-se governo do estado) com a postura de alguns dos atuais membros que o representam no colegiado. Por duas ocasiões nos últimos 30 dias, eles impediram a aprovação de propostas que foram encaminhadas ao conselho pela diretoria da empresa.

Nas duas últimas reuniões rotineiras do colegiado – realizadas dias 29 de setembro e 14 último – os conselheiros simplesmente se recusaram até a colocar em discussão e votar as propostas constantes da pauta, por considerá-las (para usar termo mais educado do que as palavras ditas na ocasião) indecorosas.

Elas tratam de "pedidos de reconsideração" de contratos de prestação de serviços firmados pela Sanepar com grandes empreiteiras. Essas empresas alegam discutíveis saldos a receber da companhia, em montante que ultrapassa a casa de milhões de reais.

O acionista majoritário parece ter pressa em pagar as supostas dívidas, pois considerou como débito certo e justo até mesmo o reivindicado na Justiça por uma construtora desde 2003 e que tramita ainda na instância inicial (2.ª Vara da Fazenda Pública). Não houve até agora dicisão judicial transitada em julgado e nem o pagamento que se quer fazer foi classificado como resultante de um acordo extrajudicial.

Diretores da Sanepar negam que os pagamentos seriam fruto de eventuais acordos de campanha, como foi dito por conselheiros que participaram da tumultuada reunião do dia 29 de setembro – quatro dias antes da eleição do primeiro turno. Ofendidos com as insinuações, o presidente da Sanepar, Hudson Calefi, e demais membros da diretoria se negaram a participar da reunião seguinte, no dia 14 – que acabou também não deliberando sobre o assunto.

Diante disso é que teria surgido a ideia de substituir alguns dos atuais conselheiros rebeldes na esperança de que os novos, mais dóceis, aprovem as propostas sem mais delongas. Daí a convocação da assembleia-geral em caráter extraordinário.

Olho vivo

Comemoração 1

Moradores do bairro do Caximba organizam para o próximo dia 1.º de novembro uma grande manifestação em comemoração ao fechamento do aterro sanitário do qual são vizinhos há duas décadas. A partir desse dia, 2,5 mil toneladas de lixo por dia deixarão de ser depositadas lá, ameaçando a saúde da população e poluindo o meio ambiente. O fechamento nessa data foi decidido pela Justiça.

Comemoração 2

O lixo de Curitiba e de municípios vizinhos passará a ser levado para o aterro da Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande – contratada pela prefeitura de Curitiba, que se viu forçada a fazê-lo em regime de urgência em razão do fracasso da licitação que previa a instalação de uma indústria de reciclagem (o Sipar). O contrato com a Estre é de dois anos – tempo que a prefeitura acredita seja necessário para resolver os complexos impasses judiciais que provocaram a suspensão da licitação.

Jogo aberto

Aliás, há novidades no campo jurídico com poder para tornar ainda mais demorada a solução. No último fim de semana, o Tribunal de Justiça reconheceu a existência dos vícios apontados em dezembro de 2009 pelo Tribunal de Contas no processo de licitação. Com isso, ficou sem efeito o resultado provisório da concorrência, que havia dado como vencedor o consórcio Recipar. Na prática, o jogo continua aberto e reacende as esperanças de outras empresas que participavam do certame – o consórcio Paraná Ambiental, a construtora Tibagi e a Cavo.

Canoas

Não é fácil ficar no meio do rio com um pé em cada canoa. É o que sentem alguns prefeitos do Paraná que, quando confrontados com dirigentes da campanha de Dilma Rousseff, dizem que apoiam a presidenciável petista, mas quando diante de apoiadores de José Serra afirmam ser serristas desde criancinhas. Por isso nest e tenso fim de campanha do segundo turno, as notícias são desencontradas – como nota o prefeito de Almirante Tamandaré, Vilson Goinski, citado ontem por esta coluna. Segundo ele, embora seja do PMDB, apoiou Serra e Beto Richa no primeiro turno. Foi fiel à coligação firmada pelo seu partido apenas em relação a Requião. E que mantém agora seu apoio a Serra.

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