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Olho vivo

Cargos 1

Além da opção por uma diretoria no Banco do Brasil, o ex-governador Orlando Pessuti tem outra em que se abrigar: uma nova diretoria estaria sendo criada no lado brasileiro da Itaipu Binacional. Esta é uma solução alternativa encontrada pelo governo – sob a influência do comandante nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer – para retribuir o esforço que Pessuti fez no Paraná em favor da candidatura de Dilma Rousseff. Foi a pedido de Lula, na época, que Pessuti renunciou ao direito de concorrer à reeleição para concentrar em Osmar Dias o apoio de todos os partidos que faziam parte da base do governo federal.

Cargos 2

Para Osmar Dias (PDT) já não se fala com tanta insistência a respeito de eventual cargo no âmbito federal – promessa que também lhe teria sido feita durante a campanha caso fosse derrotado na disputa pelo governo estadual. Falou-se também na diretoria do Banco do Brasil. Já não se fala mais; o próprio Osmar tem desautorizado especulações, alegando estar mais interessado em cuidar de sua vida pessoal.

Convite?

Entretanto, Osmar já foi confirmado pelo diretório nacional do seu partido na presidência estadual do PDT e espera para o dia 21 uma visita do ministro Carlos Lupi. É bem provável que, neste dia, o PDT formalize convite para o ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB) ingressar na legenda, com a garantia de que será seu candidato a prefeito de Curitiba no ano que vem.

Objeto permanente de críticas e de desconfianças da população, os radares que fiscalizam o trânsito de Curitiba voltaram a ser assunto predominante em todos os meios. Isso graças à reportagem do Fan­­tástico da noite do último domingo, na Globo. Com câmeras escondidas, os repórteres da televisão registraram impressionantes confissões de diretores e funcionários de empresas que prestam o serviço de radar a vários municípios brasileiros – dentre os quais, com destaque, Curitiba.

Além da clara admissão de que várias das empresas conseguem que os editais de concorrência das prefeituras sejam direcionados a seu favor – mediante, claro, o pagamento de "comissões" – uma outra grave irregularidade foi revelada por funcionário da prestadora do serviço de Curitiba, a Consilux. Segundo ele, Heterley Richter Jr., registros de infrações poderiam ser suprimidos em benefício de infratores influentes. Heterley foi afastado da empresa ontem mesmo, segundo nota oficial divulgada pela Consilux.

A empresa diz ser impossível tal manipulação, pois os radares de Curitiba transmitem os registros de veículos em excesso de velocidade automaticamente para a Urbs – a empresa municipal com a qual mantém contrato.

Mesmo que tenha sido negada pela Consilux, a afirmação de seu funcionário – que, aliviado, disse na gravação que "graças a Deus" nunca ninguém havia comprovado fraudes do gênero – pode ter influência sobre o polêmico caso do ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho.

Como se recorda, o parlamentar se envolveu em 2009 em acidente de trânsito em que morreram dois jovens que ocupavam outro veículo. Segundo peritos, o deputado desenvolvia velocidade de 171 km/h quando bateu no outro carro, numa via monitorada por radares. Entretanto, não há imagens nos arquivos digitais gerados pelo equipamento.

Teriam sido fraudulentamente suprimidas? Não há provas conclusivas a este respeito, mas a defesa contratada pelas famílias dos jovens mortos no acidente já se prepara para incluir o depoimento do funcionário da Consilux para instruir a acusação contra o ex-deputado – que ainda tenta se livrar do júri popular que poderá condená-lo por crime de trânsito.

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Embora o caso do deputado seja um aspecto paralelo decorrente das denúncias do Fan­­­tástico, elas também mexeram com as estruturas municipais e de outras instâncias. Até a OAB já se manifestou e convocou reunião de emergência para tratar do assunto.

O prefeito Luciano Ducci também se obrigou a tomar providências e determinou a abertura de uma investigação na Urbs para apurar as supostas irregularidades no contrato que a empresa municipal mantém com a Consilux.

Na Câmara Municipal, a minoritária oposição pretendeu instaurar uma CPI – mas a majoritária bancada situacionista reduziu a intenção a um simples "pedido de informações" a ser dirigido também à Urbs, com 15 dias de prazo máximo para que ela se manifeste. O requerimento será votado na sessão de hoje à tarde.

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