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O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia, e o deputado ACM Neto, líder do partido na Câmara Federal, vão levar hoje ao governador José Serra a informação de que o candidato a governador que a legenda apoiará no Paraná chama-se Osmar Dias, do PDT. A notícia foi transmitida às 20h30 de ontem a esta coluna e confirmada também ao próprio senador.

O DEM dirá a Serra que vai apoiá-lo integralmente, mas que prefere cumprir o acordo solene que a aliança que reelegeu Beto Richa em 2008 fez naquela época – isto é, que o grupo deveria continuar unido e que seu candidato seria Osmar – mesmo que agora sua candidatura ao governo possa se vincular ao PT. "Não é um vice do PT que vai nos demover do compromisso que temos", avisou o deputado federal Abelardo Lupion, presidente do diretório estadual do DEM.

Todos reforçam a ideia, também transmitida ontem ao senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB nacional, que a implosão da aliança que atuou no Paraná nos pleitos de 2006 e 2008 será altamente prejudicial ao plano de eleger Serra presidente.

Lupion enfatiza, porém, que há alas de seu partido no Paraná que pensam de modo diferente e que preferem levar a legenda a aderir à candidatura de Richa. "Vamos colocar esta questão em votação. Não agora, mas depois de abril, e veremos com quem ficará a maioria", alerta.

Posição semelhante se desenvolve no PPS. Seu presidente, Rubens Bueno, percebeu que já não haverá mais sentido em manter fidelidade ao prefeito Beto Richa já que partiu dele e de seu grupo a iniciativa de romper a aliança. Assim, se não for para restaurá-la – luta que desenvolveu nos últimos meses – seu partido pretende participar das eleições deste ano de forma diferente da que estava prevista. Isto é, vai lançar candidato próprio ao governo. No caso, o próprio Rubens Bueno – confiante no apoio do seu presidente nacional, Roberto Freire, uma das testemunhas privilegiadas que, numa noite de 2008, esteve presente à reunião de todos os líderes para comprometer-se com Osmar Dias.

A mesma tendência aparenta o PP do deputado Ricardo Barros, que nunca escondeu sua preferência por Osmar – embora ainda estude onde atrelar sua candidatura ao Senado. Ele é um dos que defendem que a aliança do PDT com o PT só será boa se o vice for Gleisi Hoffmann. Como candidata ao Senado, ela será um empecilho à candidatura de Barros – o que poderá forçá-lo a levar seu partido para as hostes de Beto Richa.

Hoje, o perigo do meio

Quem tem mais de 50 anos deve se lembrar que nos velhos seriados de faroeste que passavam nos cinemas de antigamente havia sempre o "perigo do meio" e o "perigo do fim". O do meio servia para prender a atenção da gurizada, que torcia para que o mocinho se livrasse logo da amea­­ça do vilão. Depois, o "perigo do fim" era para deixar a plateia ansiosa para voltar ao cinema na semana seguinte para assistir a continuidade.

Pois bem: hoje vai acontecer o "perigo do meio" de mais um capítulo do interminável seriado que tem como cenário o PSDB e como protagonistas principais o prefeito Beto Richa e o senador Alvaro Dias. Eles terão uma conversa com o xerife do condado, o senador Sérgio Guerra, para saber quem, eventualmente, sofrerá o revés de não poder se candidatar ao cargo de governador pelo partido.

É o perigo do meio, não o do fim, que ainda está longe. Se Sérgio Guerra não der a palavra final, a turma de Beto Richa promete dá-la ainda na noite de hoje. Vai se reunir para colocar em "votação" os nomes dos dois pretendentes e, como de antemão já se sabe, sairá vencedor o prefeito, que detém quase todos os votos do seleto cenáculo. A vitória se dará por WO, já que o adversário se recusa a entrar nesse campo.

Com isso, o prefeito se sentirá livre para anunciar a decisão de que no dia 3 de abril poderá acenar para os curitibanos que o elegeram com 77% dos votos e dizer tchau aos três anos de mandato que lhe restam? Este, na opinião de muitos analistas, é que poderá ser o perigo do fim – entendido no seu mais amplo sentido, inclusive (ou principalmente), o eleitoral.

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