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Há um impasse entre o PT e o PDT na montagem da aliança para as eleições no Paraná. Mais do que impasse, há impaciência. Muita impaciência, dos dois lados. O PT quer resolver logo a pendenga para anunciar oficialmente seu apoio a Osmar Dias. Mas o PDT reluta e retarda, pois não está satisfeito com os termos que o PT impõe para a montagem da coligação.

A impaciência do PT vai ao ponto de pensar, outra vez, em lançar candidato próprio ao governo. Dispõe de dois nomes dispostos ao sacrifício – o ex-prefeito de Londrina, Nedson Micheletti, e a ex-secretária es­­tadual de Ciência e Tecnologia, Lygia Pupatto. A prioridade, no entanto, será a eleição de Gleisi Hoffmann para o Senado.

A impaciência do PDT continua residindo exatamente nesse ponto: o partido quer Gleisi na vice de Osmar, única forma que considera segura para dar consistência e segurança à chapa. Mais: para dar maior viabilidade à vitória, já que o deslocamento de Gleisi para esta posição abriria a possibilidade de agregar outros partidos à aliança.

O radicalismo predomina dos dois lados. E o impasse, que deveria ter sido resolvido na semana passada, será rediscutido em nova reunião entre pedetistas e petistas amanhã, em Brasília.

A impaciência dos petistas os faz lembrar-se de 2006, quan­­do, segundo eles, Osmar Dias demorou tanto a se decidir como candidato que acabou perdendo aliados importantes, como o PPS e o DEM. Estes dois partidos, imaginando que Os­­mar não mais se lançaria, acabaram por unir-se para disputar a eleição com Rubens Bue­­no. Não fosse isso, imaginam, Requião poderia ter sido derrotado já no primeiro turno.

Já o PDT lembra que pretende lançar seu candidato "para ganhar" e não para fazer figuração ou apenas para servir de palanque para Dilma Rousseff. Se o PT – dizem os pedetistas – consideram que Osmar é importante para dar votação expressiva para Dilma, que corresponda com a clareza devida.

Enquanto isso, apesar dos antagonismos que podem fazer naufragar sua aliança, PT e PDT trabalham em outras frentes. Uma delas envolve a participação do PPS, que vem sendo tentado a ceder seu presidente, Ru­­bens Bueno, para ser o vice de Osmar Dias. Rubens, no entanto, mantém-se na posição de prudente observador, pois convite idêntico recebeu também das hostes de Beto Richa.

Olho vivo

Impeachment 1

Não está superado o mal-estar causado pelo desembargador Waldemir Luiz da Rocha entre seus pares no Tribunal de Justiça. Corregedor-geral do TJ, ele conseguiu em cartório um novo registro de nascimento, retardando a data do níver e de 30 de maio para 30 de outubro quando, oficialmente, completaria 70 anos de idade e só então atingiria a aposentadoria compulsória. Com isso, pretende permanecer no cargo por mais cinco meses. Mas sua intenção pode ser barrada por medidas tomadas em três diferentes frentes.

Impeachment 2

Uma delas é o próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que já investiga o caso, concluir pela ilegalidade do ato praticado por Rocha e determinar seu afastamento na data que sempre constou de sua ficha funcional – isto é, 30 de maio. Uma segunda medida é considerar nula a decisão da promotora Luciana Teixeira de Freitas, do Ministério Público Estadual, que referendou a mudança da data do aniversário requerida em cartório pelo desembargador. A nulidade decorre do fato de que a promotora não tem poderes para revogar a decisão judicial de 1950 que, a pedido do pai, antecipou em cinco meses a data do nascimento do magistrado.

Impeachment 3

E a terceira medida, a mais radical de todas, está em gestação em alguns gabinetes de colegas de Waldemir Rocha. Eles pretendem propor o "impeachment" do desembargador que, em outras palavras, significa destituí-lo da magistratura. Desconhecem-se os fundamentos jurídicos da proposta.

Sindical

Abib Miguel, o afastado diretor-geral da Assembleia Legislativa, acumulava com este cargo a presidência do sindicato dos funcionários da Casa. Aliás, foi um dos seus fundadores na década de 80 e seu principal dirigente desde então.Não se sabe se já foi substituído, assim como outros diretores da Assembleia que também fazem parte da diretoria do sindicato. Além de dinheiro aplicado, cerca de R$ 700 mil, a entidade teria reunido também nesse período um patrimônio imobiliário apreciável – seriam, pelo menos, quatro bons conjuntos comerciais.

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