Eleições para o Executivo costumam se refletir nas do Legislativo. O cabeça de uma chapa majoritária para prefeito, por exemplo se bem avaliado pela população, costuma ser o principal "puxador" de votos para candidatos a vereador que pertençam ao mesmo partido ou a ele estejam coligados. Não por outra razão é que o PSDB elegeu nada menos que 13 dos 38 vereadores de Curitiba em 2008, no mesmo pleito em que Beto Richa se reelegeu prefeito com 77% dos votos. Partidos que compunham sua coligação elegeram outros 12, o que assegurou folgada maioria.
A recíproca é verdadeira: quando um partido não tem candidato ou se abriga em uma coligação com participação secundária, a tendência é que a chapa dos que disputam o Legislativo tenha sucesso menor. A mesma eleição curitibana de 2008 serve para comprovar essa tese: o PMDB lançou o reitor Moreira para a prefeitura, que fez apenas 1,9% da votação geral. A consequência é que a bancada do partido ficou reduzida a apenas dois vereadores.
Pois bem: tudo isso pra dizer que os 13 vereadores do PSDB estão preocupados com o próprio futuro. Com a desfiliação de Gustavo Fruet, o partido ficou sem candidato a prefeito. E a tendência é que os tucanos formem na aliança que terá como cabeça Luciano Ducci, do PSB. Por isso, o temor é de que a bancada do PSDB se reduza à metade isto é, mais da metade de seus atuais vereadores estariam ameaçados de não voltar à Câmara na eleição de 2012.
Segundo relato de um desses vereadores tucanos "em off", pediu ele, para não criar celeuma antecipada a melhor solução para garantir a sobrevivência da maioria e evitar "rachas" maiores, seria a de liberar seus candidatos a vereador: o PSDB poderia coligar-se com o PSB apenas na eleição para prefeito, ocupando a posição de vice de Luciano Ducci, mas a chapa de vereadores concorreria solteira.
A ideia é deixar os candidatos à Câmara livres para apoiar quem quisessem ou Ducci ou Fruet de acordo com a conveniência política e eleitoral de cada um. Isso não é novidade: na eleição para o governo do estado em 2010, ainda que informalmente, os deputados do PMDB se dividiram entre apoiar Beto Richa ou Osmar Dias. Os que apoiaram Richa levaram a melhor: um deles, Luiz Cláudio Romanelli, ex-líder de Requião, ganhou até uma secretaria de Estado.



