• Carregando...

Enquanto o PMDB paranaense não decidir seu destino, pouco acontece em relação às demais legendas que se organizam para disputar as eleições majoritárias de outubro. Os dois principais postulantes ao governo do estado – Beto Richa, do PSDB, que busca a reeleição, e Gleisi Hoffmann (PT) – encontram-se de mãos amarradas para definir suas alianças. Discute-se o tempo e o vento.

Há pelo menos um fator fortíssimo que faz, por exemplo, Richa desejar ter o PMDB como companheiro de chapa: o tempo de propaganda no horário gratuito de rádio e televisão. A legenda lhe proporcionaria cerca de preciosíssimos cinco minutos, que na verdade acabam valendo por dez: os cinco que ganha significam cinco a menos para o outro lado.

Richa oferece a vice para o PMDB (deputado Caíto Quintana, talvez?) e, de lambuja, consegue que a legenda fique impedida de lançar candidato próprio (Pessuti ou Requião), o que inevitavelmente levaria a eleição à decisão somente em segundo turno.

Para a petista Gleisi Hoffman, se pudesse ter os tais cinco minutos que uma aliança com o PMDB lhe proporcionaria, já estaria de bom tamanho. Mas não é o principal. Principal mesmo é ver um peemedebista dividindo os votos no primeiro turno, dando à presidente Dilma Rousseff um segundo palanque e, sobretudo, provocando o segundo turno no Paraná.

Richa está um passo à frente de Gleisi na montagem de sua chapa majoritária. Já está definido que o candidato a senador é Alvaro Dias, com grande chance de reeleição. O candidato natural de Gleisi ao Senado seria Osmar Dias, mas que enfrenta a dificuldade familiar de disputar com o irmão Alvaro a única vaga disponível. Osmar não se manifesta a respeito; na sexta-feira – quando a coluna o procurou para medir sua pressão arterial – ele estava incomunicável.

Para a vice, Gleisi também pensa num peemedebista, mas não descarta a alternativa do PSD (embora este continue afirmando que terá candidato próprio, o empresário Joel Malucelli). Para o Senado, o deputado petista André Vargas se oferece insistentemente como candidato, caso Osmar não queira.

* * * * *

Olho vivo

Contas a Deus 1

Existem as organizações não governamentais (ONGs) sérias, que recebem recursos públicos e prestam bons serviços à população. Ao fim de cada projeto, prestam contas que atestam a regularidade da aplicação do dinheiro e, com isso, se habilitam à renovação de seus contratos de cooperação com o poder público. Outras, não procedem assim. Mas há também as "Ings" (Indivíduos Não Governamentais) – na verdade pessoas que conseguem registros como ONGs, mas se servem delas para abocanhar recursos públicos e usá-los em proveito próprio.

Contas a Deus 2

Parece-se com a categoria de "Ing" o sujeito que semanas atrás procurou o prefeito Gustavo Fruet para pleitear a continuidade dos supostos "serviços" que prestava em colaboração com a prefeitura em troca, lógico, de generosa retribuição financeira. O prefeito ouviu o pedido e mandou a assessoria buscar o histórico do convênio com a entidade que o fulano dizia representar. Já de cara, Fruet negou a renovação, com uma boa justificativa: "O senhor não presta contas da aplicação do dinheiro!", disse-lhe. Para seu espanto, ouviu do interlocutor um protesto de indignação: "Como não??? Eu presto contas a Deus!!!" Embora não seja ateu, Fruet despachou o "Ing" do gabinete sem renovar o convênio.

Calvário 1

Prossegue o calvário do governo estadual para superar as trapalhadas que o impedem de receber os empréstimos que pleiteia. Depois de considerar como favas contadas que colocaria no cofre os R$ 817 milhões do Proinveste, o governo viu o senador Roberto Requião meter sua colher no angu. Requião representou no Secretaria do Tesouro Nacional (STN) argumentando que o Paraná estaria inapto para receber a grana. A STN recebeu a representação e deu o encaminhamento natural: pediu um parecer para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Calvário 2E esta, depois de examinar o arrazoado de Requião, teria vislumbrado a possibilidade de o estado ter procedido a uma "maquiagem" nas suas contas para lhes dar aparência de regularidade. Em seguida, a PGFN recomendou à STN que pedisse mais explicações ao governo estadual. A STN já pediu na semana passada, mas até sexta-feira à tarde ainda não havia resposta.

Dúvidas

Hospitais beneficentes de Curitiba que se dizem credores de R$ 40 milhões da prefeitura pediram audiên­­­cia ao prefeito Gustavo Fruet e ao secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda. Esperam ser recebidos na quarta ou quinta-feira. A prefeitura nega a dívida; os hospitais insistem que ela existe. As au­­diências serviriam para dirimir definitivamente a dúvida.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]