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Desembargador que remoçou se explica ao CNJ

Já chegou ao Conselho Na­­­­cional de Justiça (CNJ) o caso do desembargador que ficou cinco meses mais moço para adiar a aposentadoria compulsória dos 70 anos. Por meio do Ofício 149/2010, o corregedor-geral do CNJ, ministro Gilson Dipp, abriu um procedimento e pediu esclarecimentos ao desembargador Waldemir Rocha, o corregedor do TJ-PR que retificou em cartório de 30 de maio para 30 de outubro a data do seu "níver".

Rocha respondeu com o Ofício 27.249/2010. Segundo ele, tudo começou quando seu pai, em 1950, "deliberou alterar a data de meu nascimento para que pudesse eu ingressar no ensino elementar, tal como previa o artigo 16 do Decreto-Lei 85.529, de janeiro de 1946, cuja exigência era a completude dos sete anos de idade até 1.º de junho do ano da matrícula."

A decisão paterna, segundo diz no ofício, trouxe consequências ao subtrair seu "direito de encerrar, no momento devido, minhas atividades judicantes". Reconhece que o fato de restabelecer a data correta do nascimento "poderia suscitar questionamentos, e por isso mesmo procurei atuar absolutamente convicto da exatidão dos elementos que invoquei e da retidão de minha conduta."

O desembargador nega ter exercido pressão para que o cartório mudasse sua idade e para que a promotora Luciana Teixeira referendasse o ato, mesmo contrariando uma decisão judicial de 1950. Ressalta que não se preocupa em comprovar nada e só lamenta "a malícia com que os fatos foram levados a público"

Sabe aquela reunião marcada para a próxima se­­­gunda-feira, em Bra­­­sília, na qual seria definitiva e irremediavelmente celebrado o casamento de Osmar Dias com o PT? Pois é: ela foi suspensa e provavelmente só acontecerá na terça. O motivo oficial é que os participantes da reunião, moradores em outros estados, não en­­­­contraram vaga nos lotados voos do pós-Páscoa.

Extraoficialmente, porém, fala-se em motivo menos – sem trocadilho – passageiro. Fala-se na necessidade de mais tempo até para rediscutir o que foi acordado anteontem no encontro do presidente Lula com alguns dos principais atores do jogo político do Paraná. O consenso anunciado teria sido apenas aparente: bastaram 24 horas e uma noite insone no meio para que todos acordassem para a necessidade de repensar as coisas.

Conforme noticiário de ontem, reuniram-se terça-feira diante de Lula o candidato do PDT ao governo estadual, senador Osmar Dias, três ministros – Paulo Bernardo (Pla­­­ne­­­jamento), Carlos Lupi (Tra­­­balho) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) –, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o presidente da Itaipu, Jorge Samek.

Desse encontro saíram o que pareciam ideias imutáveis:

- Gleisi Hoffmann não seria candidata a vice de Osmar representando o PT, mas a senadora.

- O vice seria escolhido entre representantes de outros partidos que viessem a compor a aliança.

- Lula e o PT buscariam aproximar o PMDB e o PP da aliança.

- A Osmar Dias caberia a tarefa de atrair o PPS e o DEM, provavelmente oferecendo a vice a um deles.

- A presidenciável Dilma Rousseff se beneficiaria de dois palanques no Paraná – o de Osmar e o do peemedebista Orlando Pessuti.

Riscos de um lado e de outro podem mudar planos

Perfeito? Nem tanto! Sucede que a divisão de palanques fragmenta a força com que Osmar Dias pretendia contar. Mais: sem um vice do PT, dizem seus conselheiros, ele corre o risco de ser abandonado no meio do caminho. Diante disso, entre o risco de perder a eleição para governador e ter uma reeleição certa para o Senado, Osmar seria tentado a abraçar a segunda alternativa.

Petistas teriam percebido esse movimento. E teriam visto que as consequências de uma eventual desistência de Osmar para se contentar com a reeleição de senador poderia ser danosa para o projeto de levar Gleisi a ocupar uma das duas vagas em disputa para o Senado. É que, nesse caso, haveria três fortes candidatos – Osmar, Requião e a própria Gleisi. E a chance de vê-la em terceiro lugar na votação final não seria pequena.

Diante disso, mais o fato de que Dilma Rousseff também perderia o forte palanque de Osmar, alguns petistas teriam decidido rever as condições iniciais do acordo. O que pode significar a necessidade de recomeçar as conversas do ponto zero – isto é, pensar outra vez na possibilidade mais segura de eleger Hoffmann vice-governadora.

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