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Por mais que os políticos digam e repitam que é ainda muito cedo para pensar na eleição de 2010, os próprios só pensam e falam nisso. Ontem foi a vez de Gleisi Hoffmann, presidente estadual do PT, tocar no assunto para informar que seu partido não desistiu da idéia de lançar candidato próprio ao governo do estado. Citou até os nomes que a sigla dispõe – o diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek; o secretário do Planejamento, Ênio Verri, e o ministro Paulo Bernardo, seu marido.

Em aliança com outros partidos? Sem dúvida. Aliança inclusive com o PDT? É bem possível, diz ela. Com o senador Osmar Dias como cabeça de chapa? Não necessariamente, responde. Apoiar um candidato do PMDB, como ocorreu em 2002 e 2006, não figurou entre as cogitações mais explícitas de Gleisi.

Na semana passada, o ministro Paulo Bernardo – que durante anos figurou entre os primeiros da lista para ser o candidato do PT –, à luz dos pobres resultados alcançados pelo partido nas recentes eleições municipais no Paraná, montou um cenário diferente desse agora defendido por Gleisi. Para ele, uma das possibilidades que devem ser estudadas é a do PT participar da chapa de Osmar Dias.

Segundo seu raciocínio, como nacionalmente o PDT é da base de Lula; como a manutenção da aliança estadual com o PSDB de Beto Richa não deve prevalecer até 2010; e como o PT precisa ter um candidato forte no Paraná para apoiar a presidenciável Dilma Roussef – Osmar Dias passa a ser uma alternativa com fortes motivos para ser efetivada.

Mas, como dizem os políticos, ainda é muito cedo para se pensar em 2010.

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Appa sob nova direção

Daniel Lúcio de Souza é o novo superintendente da Appa, segundo anunciou ontem a Agência Estadual de Notícias. Horas antes de embarcar para Dubai, o governador Roberto Requião nomeou-o para o cargo – o que significa que o irmão Eduardo já não responde pelo posto, conforme designação que recebera por meio do decreto 3.348, artigo 2º, de setembro passado.

Como se recorda, esse mesmo decreto, em seu artigo primeiro, nomeou Eduardo Requião secretário dos Transportes, cargo que, no entanto, não chegou até agora a exercer, muito embora, há 15 dias, o STF tenha decidido que sua nomeação não feria a súmula antinepotismo.

Acontece que, por outro decreto (3.359/08), da Secretaria dos Transportes foi retirada a competência de tratar de assuntos rodoviários – isto é, perdeu importância e verbas. Para tratar desse filé mignon foi criada a secretaria especial de Assuntos Rodoviários e entregue a Rogério Tizzot. E é esse fato que explicaria a resistência de Eduardo Requião em assumir o posto para o qual foi nomeado. Estaria, até, muito aborrecido com o irmão, considerando-se humilhado com a "meia secretaria" que recebeu.

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A nomeação de Daniel Lúcio de Souza para a superintendência da Appa não foi exatamente uma surpresa. Ela já havia sido antecipada por esta coluna há pelo menos dois meses. Na prática, porém, Souza já dividia o cargo com o diretor-jurídico, Benedito Nicolau dos Santos Filho – uma dualidade de comando que não deu certo. Embora não surpreendente, a comunidade portuária não deixou de se espantar, mas reconhece que, neste caso, ele é fiel depositário da confiança de Requião.

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Olho vivo

As viagens...

Requião e comitiva jantaram em Dubai com empresários árabes e seguem para o Japão, onde, em Kobe, abrem uma exposição de arte. Que resultados práticos essa viagem trará para o Paraná? Ainda não se sabe, porque resultados geralmente demoram a aparecer, precisam de amadurecimento e de mais contatos. Mas há viagens antigas cujos frutos ainda não são conhecidos.

... e seus frutos

Diante disso, o líder em exercício da oposição na Assembléia, Élio Rusch, fez um requerimento solicitando informações sobre o que o Paraná ganhou com as visitas de Requião a Venezuela (2005) e a Cuba (início de 2008). O líder do governo achou que o requerimento era uma provocação e que não deveria sequer ser proposto. Chegou a apelar ao presidente Nelson Justus para que este aconselhasse Rusch a retirá-lo. Estranhamente, Rusch obedeceu. E o Paraná continua sem saber o que ganhou com a excursão àqueles dois países. Saberá um dia o que ganhará com Dubai e Kobe?

Mesmo lado

O deputado Plauto Miró Guimarães, um dos coordenadores da campanha que levou o prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau, à reeleição, disse ontem que o apoio do governador Roberto Requião não muda sua postura de oposição. Requião esteve em Ponta Grossa na reta final da campanha e prometeu a Wosgrau que, se eleito, o ajudaria a asfaltar 250 quilômetros de ruas, o que pode ter ajudado a reelegê-lo.

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