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Olho vivo

Pesquisas*

Uma só pesquisa de intenção de votos foi divulgada até agora em relação à corrida para o governo estadual. Em parceria com a rádio CBN de Cascavel, o autor da pesquisa é um instituto pouco conhecido (Vox Data). Ficou circunscrita apenas à cidade e não necessariamente espelha uma tendência de nível estadual. Além disto, com apenas 500 entrevistados, o instituto revela que a margem de erro é enorme: 4,38% para mais ou para menos.

A sondagem indica que, em Cascavel, o governador Beto Richa (PSDB) teria 42,5% dos votos se a eleição tivesse sido realizada entre os dias 15 e 19 últimos. Requião (PMDB) apareceu em segundo lugar, com 25,2%, e Gleisi Hoffmann (PT), com 16,5%, em terceiro. Duas outras pesquisas, igualmente de institutos pouco conhecidos (Veritá e Visão) foram inscritas – uma apenas com o eleitorado de Curitiba e outra de nível estadual.

*A pesquisa Voxdata foi encomendada pela CBN Cascavel. Foram ouvidos 500 eleitores. A margem de erro é de 4,38 pontos porcentuais para mais ou para menos, e a confiabilidade é de 95%. Registro no TRE-PR: PR-0003/2014.

Ficha limpa

Levantamento da ONG Transparência Brasil revelou que 23% dos conselheiros dos tribunais de contas do país são réus de ações que tramitam nos tribunais superiores. O Paraná ficou pouco acima da média nacional: dos sete conselheiros, pelo menos dois respondem a processos no STJ – o presidente, Artagão de Mattos de Leão, o já afastado da função Fabio Camargo. Para ser exato, isso significa que 28,57% dos nossos conselheiros devem explicações à Justiça.

Por outro lado, em sentido inversamente proporcional, 99,75% dos 399 prefeitos do Paraná respondem a ações promovidas pelo TC. Apenas um está com a ficha ainda limpa.

De hoje até 5 de outubro, 75 dias nos separam. A campanha eleitoral, de acordo com o calendário do TSE, está aberta há exatos 17 dias. E há meses os paranaenses sabem exatamente quem se apresentou para disputar o Palácio Iguaçu.

Apesar disso tudo, parece que estamos vivendo num espaço em que predomina o vácuo – uma espécie de buraco negro com força gravitacional apenas para atrair destroços secundários que em nada ajudam o eleitor a formar opinião a respeito das candidaturas postas e a decidir sobre quem merecerá seu voto.

Dir-se-á que é assim mesmo: nada acontecerá antes de se iniciarem os programas do horário eleitoral gratuito, em 19 de agosto; e que, como em todas as eleições, o cidadão só se mostrará decidido à última hora. Mas, neste 2014, o quadro parece mais grave do que nos anos anteriores.

O vazio de propostas tem sido preenchido por ataques pessoais e por ações judiciais de todos os lados contra todos os demais. Ora vemos o sempre agressivo senador Roberto Requião a criticar a suposta má-vontade do adversário Beto Richa, tucano que pleiteia a reeleição, em relação ao trabalho. "Ele levanta tarde", diz o candidato do PMDB, que, em revide, é acusado por Richa de gostar mais de passeios equestres e de vinhos caros do que de governar.

Além dessas farpas, eles abarrotam a Justiça Eleitoral de quizilhas banais, ora porque um pôs faixa quando não devia ora porque outro usou o Twitter para não se sabe o quê. Nessa judicialização se embrenha também a candidata do PT Gleisi Hoffmann, amparada na atenta assessoria jurídica que incorporou à sua campanha.

A que lugar levam discussões de caráter tão pessoal quanto inúteis; ou a troca de ações judiciais que mais se parece com um jogo em que cada qual busca intimidar o outro pela imposição de multas?

Muito embora os meios de difusão disponíveis sejam ainda restritos e de alcance limitado – problema que será resolvido, em parte, quando se iniciar a campanha no rádio e na tevê –, está claro que os candidatos que aí estão devem ao eleitor demonstrações mais concretas sobre o que pretendem, se eleitos, fazer pelo Paraná e seu povo.

São muitas as carências em todas as áreas – educação, saúde, infraestrutura, segurança... Mas não é em torno de tais assuntos que os candidatos estão mostrando sua cara. Há, no TRE, registrados por força da lei eleitoral, programas de governo de cada um deles, mas que de tão pobres e genéricos se parecem iguais.

Espera-se dos candidatos mais do que as miudezas a que estão se dedicando e mais do que boas intenções. E que o horário eleitoral seja mais de debate de ideias do que um palco para marqueteiros desfilarem suas vaidades. O Paraná merece bem mais do que isso que está presenciando agora.

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