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Você, caro eleitor, em sã e sincera consciência, votaria contra um candidato que prometesse combater a violência, melhorar a educação e os serviços de saúde, incentivar a indústria, o comércio e a agricultura? Diria não a um candidato que se propusesse a reduzir impostos, incrementar o desenvolvimento econômico, combater a pobreza e lutar por justiça na distribuição da riqueza? Você se recusaria a votar num candidato que mostre preocupação em construir estradas, ferrovias, modernizar portos e aeroportos ou a investir em comunicações e energia?

Com 99,99% de certeza, você não só votaria num candidato que se comprometesse com tudo isso como iria além: conversaria com seus amigos para que seguissem sua opção. Pois bem: nesse caso, você não terá problemas de consciência se votar em Beto Richa ou em Osmar Dias, pois ambos prometem tudo aquilo e ainda se dispõem a desenvolver muitas outras ações tão óbvias quanto indiscutivelmente necessárias em favor do Paraná e de sua gente.

Exageros à parte, é esta a sensação que os dois principais candidatos ao governo do Paraná deixam nos (e)leitores que se derem ao trabalho de ler o conjunto de 84 páginas que compõem os dois planos de governo que registraram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Basicamente, as diferenças entre eles dizem muito mais respeito às formas – genéricas, é verdade – com que pretendem atingir aqueles grandes objetivos do que propriamente em relação a estes.

Não há muito o que reclamar das boas intenções de nenhum dos dois, pois é impossível discordar delas. Entretanto, não é possível votar ao mesmo tempo nos dois candidatos – a urna eletrônica não permite duplicidades. Então, como encontrar distinções capazes de levar o eleitor a optar por apenas um?

Como pelos programas de governo é, a grosso modo, impraticável fazer a escolha, sobrariam outros critérios pelos quais os eleitores podem se orientar? Por exemplo: quem tem mais experiência? A experiência foi satisfatória? Qual candidato se cercou das melhores companhias? Da ficha de cada um não há registro de sujeiras que possam desqualificá-los do ponto de vista da ética? É possível distinguir dentre pensamentos, palavras ou atos discordâncias com o modo como imaginamos que deva ser um homem público a quem entregaremos o poder de influir sobre nossas vidas?

Espera-se que a campanha eleitoral que se avizinha ajude os eleitores. Caso contrário, estamos convidados a votar em Beto Dias ou Osmar Richa. Tanto faz?

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Olho vivo

Listão 1

O político conhecido pelo bom humor, de sorriso fácil e palavras meigas, cantor de modas de viola e "amigão" de todo mundo, mostra a sua face. E dá razão ao ex-governador Roberto Requião que, no Twitter, provocou: "Queres conhecer o vilão? Dá-lhe o bastão!". O próprio Requião vem conhecendo o bastão de Orlando Pessuti desde que este assumiu o governo há três meses. Mas ainda não viu tudo.

Listão 2

Pessuti age com método. Assim que tomou posse, ainda com a intenção de candidatar-se ao governo, tratou de tirar de Requião todo o poder que detinha sobre o PMDB. Um a um – demitindo, nomeando, substituindo, deslocando pessoas –, conseguiu dominar o partido. A tal ponto que, se fosse politicamente conveniente, lhe teria, até, negado legenda para Requião se lançar ao Senado. Mas já deu a entender que não votará nele, mas em Gleisi e Fruet.

Listão 3

Vencida esta primeira etapa, Pessuti trata agora de, seguindo o mesmo método, seguir em frente. O objetivo passou a ser afastar do seu governo o que restou da turma fiel ao ex-governador. Era nisso que, ainda ontem à noite, enquanto se preparava para viajar à África, ele estava envolvido. Um dos resultados dessa ação vazou: o chefe da Casa Militar, coronel Washington Rosa, foi exonerado.

Listão 4

Do "listão" do governador constariam ainda dois nomes emblemáticos: Maristela e Lúcia, mulher e irmã de Requião que, respectivamente, dirigem o Museu Oscar Niemeyer e o Provopar. A dificuldade é que as instituições foram transformadas em Oscips, suas presidentes são eleitas (com mandato) e não são demissíveis por um ato do governador.

Tá fora

Esta coluna noticiou que o PSDB nacional exigiu a inscrição do ex-prefeito de União da Vitória Hussein Bakri como candidato a deputado federal. O presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni, informa: Bakri não foi (e não será) incluído na lista porque está incurso na Lei da Ficha Limpa.

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