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Olho vivo

Meia dúzia 1

Quem viu as fotos da sessão de sexta-feira da Câmara de Curitiba teve a chance de medir o nível de interesse dos vereadores pelos destinos da cidade. Apenas seis (meia dúzia mesmo!) dos 38 vereadores foram ouvir a secretária municipal de Finanças, Eleonora Fruet, prestar contas da gestão orçamentária do último quadrimestre, exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Meia dúzia 2

Assinaram presença apenas os vereadores Serginho do Posto, Pedro Paulo, Bruno Pessuti, Paulo Rink, Aladim e Tito Zeglin. Eles ficaram sabendo em primeira mão que a prefeitura apresentou um superávit orçamentário de R$ 283 milhões nos primeiros quatro meses do ano e que, dos R$ 572 milhões de dívidas deixadas pela administração anterior, R$ 292 milhões já foram quitados. Os outros 32 vereadores vão saber pelo jornal depois de apresentar seus projetos de homenagens e denominação de logradouros.

Quem ganhou 1

Passados três dias da festa em que Requião esperava ouvir do vice-presidente Michel Temer um vibrante apoio à sua candidatura ao governo do Paraná, os peemedebistas ainda fazem as contas para calcular o saldo deixado pela ilustre visita. A visão da maioria é esta: Requião não ganhou nada com Temer aqui.

Quem ganhou 2

Requião ouviu de Temer o que não queria – que a convenção será livre para fazer do PMDB o que quiser, incluindo adotar a opção de se aliar ao PSDB de Richa. E, ao distribuir agrados ao desafeto Orlando Pessuti, também pré-candidato ao governo, Requião, ao contrário do que esperava, ouviu dele pelo menos quatro histórias de momentos cruciais em que o PMDB, sob seu comando, preferiu não lançar candidatura própria.

Se aparecerem grupos empresariais interessados, a estratégica ferrovia ligando Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá pode ser construída antes da expectativa anunciada pelo ministro dos Transportes, Cesar Borges, no encontro que teve com o "PIB" do Paraná na última quinta-feira na Federação das Indústrias. Segundo ele, a ferrovia continua entre as prioridades do governo federal, mas as grandes construtoras do país mostram maior interesse em investir primeiro em outras obras de infraestrutura do PAC.

A declaração do ministro soou como a voz do anticlímax, pois de todas as obras listadas pelo empresariado, a ferrovia está entre as poucas ainda não iniciadas ou em processo de licitação no estado. Essas somam R$ 5 bilhões, a segunda maior carteira de investimentos federais nos estados, só superada pela de Minas Gerais.

O secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa, também presente, referendou a relação apresentada pelo empresariado – mas pouco lamentou a não inclusão, pelo ministro Cesar Borges, da ferrovia Maracaju-Paranaguá entre as obras com previsão de início mais breve.

O ministro explicou as razões: os 1.188 quilômetros de extensão da ferrovia exigirão investimentos de R$ 9,8 bilhões – valor que, no momento, ultrapassa a capacidade de investimento dos eventualmente interessados em firmar PPPs para a sua construção.

Fazer a ferrovia sair de Maracaju e chegar a Curitiba não é o problema maior. Há trechos praticamente prontos, como os 250 quilômetros da Ferroeste que ligam Cascavel a Guarapuava, além de outros da velha malha da Rede Ferroviária Federal. O problema está na travessia da Serra do Mar – isto é, o trecho Curitiba-Paranaguá. Além das limitações ambientais, as obras de engenharia necessárias para vencer a serra exigirão altos investimentos de tempo e dinheiro, o que desestimula investidores invariavelmente interessados em retornos mais rápidos.

Essa é a visão do Ministério dos Transportes, que ainda não conseguiu convencer as empreiteiras nem sequer a participar dos Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs), ao contrário do que já o fizeram em relação a outras obras. A senadora Gleisi Hoffmann – que quando ocupava a Casa Civil da Presidência tomou as primeiras iniciativas para incluir o projeto no PAC – tem visão um pouco diferente.

Participante do encontro na Fiep, Gleisi disse que, para não perder o trem, o governo estadual terá de se articular melhor com o empresariado. Segundo ela, a ferrovia – que ligará as maiores regiões de produção de commodities agrícolas com o mais importante porto graneleiro do país – apresenta indiscutível viabilidade econômica e é vital para melhorar a competitividade do país no comércio exterior. "Infelizmente, o governo do Paraná" – disse ela – "não está fazendo o esforço necessário para buscar parceiros para o empreendimento."

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