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Olho vivo

CPI do Porto 1

Apesar das gritantes evidências de que o Porto de Paranaguá funcionou no governo passado como balcão de negócios, apenas 12 deputados se dispuseram até agora a subscrever o requerimento do deputado Douglas Fabrício (PPS) para que a Assembleia instaure uma CPI. Na semana que vem, diante da minguada adesão, o autor da proposta promete se pronunciar. Vai falar sobre uma estranheza que povoa as mentes de muita gente: a maioria dos atuais deputados faz parte da base do atual governo que, no governo passado, era de oposição e criticava a gestão do porto. Mas agora não subscreve a CPI!

CPI do Porto 2

O trabalho da Comissão já está, em parte, realizado. As investigações levadas a efeito pela Polícia Federal e pela Receita já desvendaram e documentaram muitas das irregularidades que se praticavam no Porto de Paranaguá. A Justiça também está fazendo sua parte, acatando as denúncias do Ministério Público Federal. Só falta a Assembleia Legislativa cumprir o seu papel constitucional de fiscalizar o Executivo.

CPI do Porto 3

O deputado Douglas Fabrício lembra que há muito mais a investigar. Por exemplo: a Appa teria acumulado nos últimos oito anos meio bilhão em dívidas, resultado principalmente de pendências judiciais. O valor da dívida, diz ele, supera o suposto saldo de R$ 450 milhões que a Appa teria em caixa. Ou seja: o saldo foi zero.

O governador Beto Richa e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, fazem via-sacra hoje em Brasília. Visitarão gabinetes poderosos em busca de generosidades para projetos de seus respectivos governos. Viajam, no entanto, separados e, lá, peregrinam com companhias diferentes.

Richa quer conversar com a presidente Dilma Rousseff. Pediu audiência faz tempo, mas não obteve resposta. Como estará na capital para contatos em ministérios, antes de sair de Curitiba pediu a ajuda do ministro das Comuni­­­cações, Paulo Bernardo, para arranjar-lhe uma vaga na agenda presidencial. É possível que consiga, muito embora Dilma hoje esteja com a sua atenção concentrada na votação na Câmara do novo salário mínimo.

Senadores e deputados da bancada do Paraná no Congresso não foram avisados. Ou, pelo menos, nem todos foram avisados, muito embora seja muito relevante para o Paraná o principal assunto que leva o governador a Brasília: a extensão da Ferroeste, entre Guarapuava e Paranaguá, e a extensão da ferrovia até o Mato Grosso do Sul – o primeiro grande projeto de infraestrutura de transportes que o estado projeta após uma década de paralisia. Richa e seu colega matogrossense, André Pucinelli, têm audiência marcada com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

Não se esperava que o governador convidasse o senador Roberto Requião, seu adversário, para servir-lhe de acólito em seus esforços para obter recursos federais. Nem que chamasse Alvaro Dias, o outro senador que, além de ser também seu desafeto, faz oposição a Dilma no Congresso. Mas, por que não comunicar/convidar a senadora Gleisi Hoff­­­mann, do PT, cujo acesso a instâncias federais é amplo?

Gleisi tem tido participação no projeto da Ferroeste. Já teria conseguido a inclusão de recursos orçamentários da ordem de R$ 15 milhões para a elaboração do projeto de engenharia, além de vagões e locomotivas do Dnit.

A senadora, contudo, estará ocupada com o prefeito Luciano Ducci, do PSB, partido que faz parte da base aliada de Dilma Rousseff. A pedido dele, Gleisi estará presente, em outro horário, na audiência com a ministra do Plane­­­jamento, Miriam Belchior. Ducci quer tratar, igualmente, de assuntos ferroviários. Um deles é a inclusão do metrô no PAC. Outro é a transferência definitiva para o município do imóvel pertencente ao patrimônio da extinta Rede Ferroviária, sobre o qual foi construída a Rodoferroviária na década de 70. Sem essa transferência, a prefeitura não pode revitalizar a área visando a Copa de 2014.

E o terceiro assunto é a construção do contorno ferroviário de Curitiba – obra prevista há anos e que até já contou com recursos certos do governo federal para realizá-la. Só não foi feita por motivos políticos: Requião governador e Beto Richa prefeito viviam às turras na época. O contorno se integra ao projeto de extensão da Ferroeste – mas serão tratados em audiências, ministros e companhias diferentes pelo prefeito e pelo governador.

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