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Olho vivo

A culpada

Os vereadores de Curitiba já encontraram um culpado pelas lambanças na contratação da empresa Oficina da Notícia pela Câmara Municipal. Quem seria? No entendimento preliminar (e inacreditável) da Comissão de Ética, a culpa toda é da dona da empresa, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher do presidente João Cláudio Derosso. Isto porque ela não informou à Câmara de que era funcionária da Câmara quando assinou o contrato com a Câmara! Ou seja, a Câmara não sabia disso e, portanto, o presidente da Câmara estava livre para assinar o contrato, já que ele nem mais se lembrava ter assinado o decreto de nomeação da servidora....

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Alguns poucos vereadores (poucos mesmo, para não dizer apenas um!) perceberam que já estão suficientemente comprovadas a ilegalidade e a imoralidade da contratação da Oficina da Notícia. E que, independentemente do julgamento político que o próprio Legislativo precisa fazer, o caso já oferece elementos suficientes para que o Ministério Público ingresse com as medidas judiciais cabíveis. Esses mesmos vereadores defendem a concentração das investigações no contrato com a agência Visão, que movimentou somas muito maiores.

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O destino que foi dado às verbas intermediadas por esta agência poderia comprometer muito mais gente do que imagina a vã filosofia. E esta seria a razão, segundo porta-voz desse (muito) minoritário grupo, para o obsequioso silêncio da maioria em relação ao aprofundamento da apuração sobre a aplicação dos recursos feita pela Câmara através da Visão.

Como, em razão da rígida disciplina a que estão sujeitos, os policiais militares da ativa não podem criticar seus superiores, os inativos exercem essa missão sem medo de punição. É o que fez, ontem, a Associação de Defesa dos Policiais Militares (Amai) ao anunciar que pretende ingressar com ação judicial para obrigar o governo estadual a cumprir a Constituição – algo a que estaria se recusando ao não obedecer a Emenda 29, que exige curso superior para quem quiser ingressar na Polícia Militar.

Segundo o presidente da Amai, coronel Elizeu Furquim, o Projeto Paraná Seguro, lançado há duas semanas pelo governador Beto Richa, prevê a admissão dos recrutas aprovados no concurso realizado em 2009 – ano em que ainda se exigia apenas o curso médio para admissão na corporação. No entendimento da Amai, esse fato configura desrespeito à lei, em vigor desde o fim de abril passado.

Furquim lembra que todas a vagas (1.100) para as quais se abriu o concurso de 2009 já foram preenchidas. Apesar disso, a validade do concurso foi prorrogada por mais um ano por meio de um decreto baixado em junho passado. "Não é possível prorrogar um concurso que não possui vagas disponíveis", argumenta o presidente da Amai. "Para abrir novas vagas é necessário um novo concurso, obedecendo a regulamentação constitucional vigente. A prorrogação é ilegal, assim como a contratação de recrutas de nível médio", acentua.

O secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida Cesar, contra-argumenta: "Um novo concurso atrasaria ainda mais o projeto do governo de aumentar o contingente da PM".

Dilemas

O eleitorado de Gustavo Fruet continuaria disposto a votar nele para prefeito mesmo que ele se filie ao PT, partido do qual sempre foi adversário. É o que diz uma pesquisa que o ex-deputado manuseou no fim de semana. Seguramente, não é esta a opção partidária que o ex-deputado vai adotar. Ele ainda pende entre o PDT e o Partido Verde – duas das siglas que insistem em tê-lo como candidato a prefeito de Curitiba.

Contra a alternativa Verde está o fato de que a legenda dispõe de apenas 54 segundos no programa eleitoral de televisão – menos da metade do que lhe garantiria o PDT. O tempo, no entanto, deixou de ser o principal fator de escolha: Gustavo está concentrado agora em escolher o partido que lhe dê maior liberdade de ação e que exija dele menos explicações à opinião pública.

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